Por Leandro Alves
Itu, SP – Em agosto, quando inaugurou sua fábrica em Iracemápolis, SP, a expectativa da GWM era de que em algum momento do quarto trimestre de 2025 os três modelos de veículos montados lá em regime peça a peça chegariam à rede, abastecida até então com os mesmos modelos importados da China. Esta programação não se confirmou e a novata nacional adiou para o início de 2026 a venda de seus modelos nacionais.
O diretor de assuntos institucionais, Ricardo Bastos, disse ser um bom problema: “Ainda em aceleração de produção não conseguiríamos atender a demanda do mercado, então decidimos importar mais um lote para não perder estes negócios enquanto aumentamos o ritmo da fábrica”.
Desde julho o volume de negócios da GWM vem crescendo. De 3,9 mil unidades vendidas em julho passou para mais de 4 mil em setembro, chegando a 5,3 mil unidades em outubro. Segundo Bastos tende a ser ainda maior nos próximos dois meses: “Só o Haval H6 representa mais de 3 mil unidades, e com a chegada da nova versão a expectativa é muito positiva”.

Desta forma a empresa importou um lote maior do seu campeão de vendas para atender aos pedidos. Trata-se do Haval 2026, a versão atualizada, que foi produzida na China com todas as especificações para o mercado brasileiro.
Este planejamento demonstra algo novo para a indústria tradicional, que é a agilidade de empresas com origem na China. O Haval H6 brasileiro difere bastante da versão comercializada lá. A traseira é completamente outra: no Brasil manteve as lanternas conectadas, como na versão atual, enquanto para outros mercados são dois conjuntos separados em formato de bumerangue.
Além disto, tanto o ajuste de suspensão como a configuração dos softwares de controle do motor considerando o combustível nacional e todo o complexo sistema de infoentretenimento em português, são incorporados na linha de montagem da China. De acordo com Rodrigo Leite, chefe do design no Brasil, “os carros chegam aqui e estão prontos para serem distribuídos no Brasil”.
Fábrica em transição
Esta agilidade e a boa comunicação da operação brasileira com a matriz chinesa permitem que os na produção nacional possam seguir um ritmo mais lento. Por exemplo: neste momento foi validado todo o procedimento de produção da linha de produção do Haval H6. De acordo com Bastos nos últimos meses o ritmo de produção tem aumentado dia a dia e está em formação estoque para atender a esperada crescente demanda pelos SUVs já na versão 2026.
Além disto as linhas da picape Poer P30 e do SUV de sete lugares H9 passam neste momento pelo processo de validação final para que o ramp up, ou aceleração da produção, também possa formar estoque para o início do ano. Assim como o Haval H6 estes dois modelos, já disponíveis nas revendas, foram produzidos na China com a configuração para o Brasil.
“Temos uma fábrica com capacidade limitada a 50 mil unidades. Este ano estamos numa crescente no mercado que pode nos levar próximos a 42 mil unidades. E em 2026 teremos um ano completo dos três modelos nacionais. Então, todos estes procedimentos visam a garantir um desempenho ainda melhor para nossa operação.”
Outra novidade para a produção no Interior de São Paulo é que foram incorporados novos fornecedores nacionais. Agora, além dos dezoito já conhecidos, a saber, Basf, Bluar, Bosch, Chemetall, Chemours, Clarios, Continental, Dupont, Eftec, Goodyear, L&L, PPG, Petronas, Saint Gobain, Sika, Toro, Total e Unipac, outras duas empresas passam a fazer parte da produção nacional da GWM. Mas por questões estratégicas e de concorrência com outros fabricantes desta vez a empresa optou por ainda não divulgar quem são.
Fonte: AutoData





























