Por que a Honda Pop vende tanto?

Moto mais barata da montadora ganha espaço com delivery e se torna a segunda mais emplacada em 2022 (Por Mário Curcio, para AB)
Por que a Honda Pop vende tanto?
Entenda porque a Pop, a mais barata das motos da Honda, vende que nem água

Pop de popular, pela simplicidade e baixo custo. Pop de pop mesmo, como uma música que pega, um hit. Assim era apresentada, em novembro de 2006, a Honda Pop 100, moto mais barata da fabricante japonesa, criada especialmente para o nosso mercado. As vendas começaram em janeiro de 2007, com preço sugerido de R$ 3.990.

A intenção da Honda era ganhar participação em regiões com baixa renda per capita e, de quebra, ampliar as vendas por consórcio. Naquela época, o plano mais longo da Honda era de 72 meses, com parcelinhas de apenas R$ 75,08.

Honda Pop vende desde sempre

Em 2015, a Pop passou por uma reformulação. Ganhou novo estilo e motor de 110 cc com injeção eletrônica. Até hoje permanece como a moto mais barata da marca. O preço de tabela atual é de R$ 8.330, mas, na prática, sai por cerca de R$ 10,6 mil. O consórcio mais elástico hoje é de 80 meses e tem parcelas iniciais de R$ 156,89.

As vendas da Pop sempre foram boas em períodos de economia ruim, mas deram um salto em 2019, mesmo ano em que a Honda CG 125 deixou de ser vendida. A consagração recente do modelo da Honda veio com o crescimento dos serviços de entrega em razão da pandemia de Covid-19. Seu maior volume de vendas em um único ano ocorreu em 2021, com 105,9 mil unidades.

Esse sucesso caminha para algo ainda maior em 2022. Em maio ela atingiu 12,6 mil licenciamentos, o melhor resultado mensal desde que foi lançada. “A Pop é um dos grandes destaques da nossa linha, sendo o segundo modelo mais vendido pela marca neste ano, atrás apenas da CG 160”, afirma o gerente-geral-comercial da Honda, Marcos Monteiro.

Fila de espera

Este segundo lugar também vale para o mercado como um todo. No acumulado dos cinco meses de 2022 foram emplacadas 52 mil unidades, o que equivale a 13,3% de todas as motos que a Honda vendeu nesse intervalo. Em nenhum outro ano ela havia alcançado uma participação tão grande nestes primeiros cinco meses. Tanto que existe hoje uma fila de espera superior a 60 dias na rede de concessionárias.

Por causa desse sucesso recente, Automotive Business listou aqui sete motivos que consagram a Pop 110i como alternativa de baixo custo, seja para fazer entregas, para se livrar do transporte coletivo ou para ter uma alternativa ao carro sem gastar muito.

1 – Economia na aquisição e no posto de gasolina

A mais acessível de todas as Honda tornou-se a base do sucesso da Mottu, startup que aluga motos para entregadores. Somente essa empresa adquiriu mais de 5 mil unidades entre 2019 e o fim de 2021. A Pop também gasta muito pouco. Segundo o Instituto Mauá de Tecnologia, ela faz até 59,6 quilômetros com um litro de gasolina. Em uso combinado (cidade-estrada) são 49,5 km/l. É claro que você não chegará perto disso pilotando o tempo todo “com sangue nos olhos”, como se não houvesse amanhã. Mas não será difícil conseguir marcas próximas a 40 km/litro no dia a dia.

2 – Bom valor de revenda

A Honda Pop vende bem também porque tem baixo índice desvalorização. Dos R$ 10,6 mil cobrados por uma nova, esse valor recua para R$ 9.078 na versão 2018 (de acordo com a tabela Fipe). Ou seja, em quatro anos, a depreciação fica abaixo dos 15%. 

3 – Facilidade de pilotar

A Pop 110i tem câmbio manual de quatro marchas com embreagem leve e engates suaves, precisos. A concorrência em regra é ruim nesse aspecto. Essa qualidade da linha Honda se traduz até em economia de calçado, já que um câmbio de moto com engates duros consegue detonar, em poucas semanas, o pé esquerdo daquele tênis que muitas vezes custou mais de R$ 500.

Ao mesmo tempo, as suspensões da Pop são bem acertadas, nem moles nem firmes demais. O peso baixo (87 quilos) e a altura do assento (74,9 centímetros) reforçam essa facilidade, especialmente para quem tem menos de 1,70 metro de altura.

4 – Desempenho apropriado

A Pop está em sua segunda geração. A primeira tinha motor de exatos 97,1 cc e alimentação por carburador. A atual foi lançada em 2015 com um novo propulsor de 109,1 cc com injeção eletrônica. Os dois são bastante simples e confiáveis, mas o atual produz 7,9 cv, quase 2 cv a mais que o anterior.


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Esse motor também tem boa força em rotação baixa (0,9 mkgf a 5.000 rpm), o que ajuda no momento em que alguém monta na garupa. A velocidade final supera os 90 km/h. Outra qualidade desse motor é que ele vibra pouco em velocidade máxima. As concorrentes às vezes vibram tanto nessa condição que causam desconforto, sem falar que a imagem vista pelos retrovisores se torna um borrão.

5 – Parcelas que cabem no bolso

Vendas da Honda Pop são puxadas principalmente pelo consórcio da marca

Com o Consórcio Honda como referência, o plano de 80 meses tem prestações abaixo de R$ 160. A montadora também oferece planos com 12, 25 e 48 meses (com respectivas parcelas de R$ 977,57, R$ 473,10 e R$ 252,44). Segundo a Honda, o consórcio responde por 60% das vendas atuais da Pop.

O financiamento tradicional (CDC, Crédito Direto ao Consumidor) é outra opção. Simulamos por telefone a compra de uma Pop com entrada de R$ 4 mil. Neste caso, o saldo restante pode ser pago em 12 prestações de R$ 790, 18 de R$ 560, 24 de R$ 440, 36 de R$ 330 ou 48 de R$ 290.

6 – Assistência técnica em qualquer canto

A Honda detém mais de 75% do mercado de motos e por isso tem a rede de concessionárias maior e mais consolidada. Segundo a Assohonda, entidade que reúne os revendedores autorizados, são mais de 700 pontos de venda e assistência técnica em todo o país. E o padrão de atendimento dessa rede tem fama de ser bom tanto no balcão de peças, como nos boxes de serviço.

7 – Custo de manutenção reduzido

Manter a Pop em dia custa pouco por causa da resistência e simplicidade do projeto, tanto que ela só utiliza freios a tambor e nem tem partida elétrica, somente a pedal. A primeira revisão (1.000 km) na rede de revendas sai por R$ 45,33. E um filtro de ar comprado num balcão de concessionária custa cerca de R$ 35.

Fonte: Automotive Business

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