Por Lucas Torres
Apresentado aos varejistas de todo o país no último mês de abril, durante a Automec 2023, o Programa Loja Legal já está ajudando 43 empresários a melhorarem a performance de seus negócios nas mais diversas áreas.
A informação, obtida com exclusividade pelo Novo Varejo Automotivo junto ao consultor de negócios do Sebrae, Reginaldo Oliveira, causou curiosidade no mercado de autopeças. Afinal, qual é o perfil das empresas que estão inaugurando o programa?
Ao ter acesso a estes negócios, ficou evidente, logo de cara, o caráter democrático do Loja Legal. Isso porque, além de alcançar negócios em todo o território brasileiro, a capacitação promovida pela parceria entre Sebrae, Sincopeças-SP e G&B Distribuidora está aberta a perfis heterogêneos de empresas, tanto no que diz respeito ao porte e ao estágio do negócio quanto no que tange a seu core business.
As empresas com que conversamos exemplificam a magnitude desta pluralidade de alcance. Ambas, porém, são – cada uma a seu modo – espelhos de um novo momento de inovação no aftermarket automotivo.
Venha conosco e conheça estes protagonistas de um novo varejo.
Com estrutura enxuta, Bosscar Service une varejo e serviços de manutenção
Localizada na cidade de Valparaíso de Goiás (GO), a Bosscar Service existe há três anos e tem como uma de suas marcas principais o fato de aderir à tendência do modelo que une venda de autopeças e serviços de manutenção e reparo.
Com uma estrutura enxuta, de quatro funcionários, a empresa liderada pela proprietária Débora Camargo opera com autopeças novas e se especializou nas marcas Volkswagen, Honda, BMW, Fiat, Volvo e Mercedes-Benz. Para estas, a Bosscar Service oferece serviços que vão desde a troca de óleo e pneus até a realização do mapa de injeção e manutenções autoelétricas.
A mão de obra especializada da Bosscar Service permite à empresa oferecer ainda o Laudo Cautelar DEKRA, que avalia cerca de 170 itens para atestar a identificação e a estrutura do veículo, bem como o Laudo Mecânico DEKRA, cujo objetivo é verificar documentação, equipamentos obrigatórios e alteração das características originais do veículo.
Ao conversar com nossa reportagem, Débora Camargo – que conheceu o programa durante a Automec 2023 – afirmou que o principal motivo da empresa para aderir ao Loja Legal foi o desafio de utilizar a estrutura já existente para alavancar as vendas e o faturamento do negócio.
Segundo ela, um dos pilares identificados pela consultoria do Sebrae durante a fase de diagnóstico foi a necessidade de enfatizar os canais de venda digital da empresa – área que, embora esteja em fase de desenvolvimento, já tinha sido identificada como chave em um planejamento estratégico que a Bosscar Service havia conduzido internamente.
A sinergia entre o que se percebeu dentro de casa com os pontos apontados pelos especialistas do Loja Legal dá a Débora a perspectiva de alcançar, em breve, o que chamou de ‘novos patamares’ no campo da rentabilidade.
Focada na economia circular, F28 Autoparts quer começar sua trajetória com o pé direito
Nem só de empresas ávidas por dar seus próximos passos e subir degraus no campo da profissionalização e escalabilidade é composto o portfólio de mentorados do Loja Legal. O programa também abre portas para empresários que estão nas fases finais de concepção e implementação de seus negócios.
Com sede projetada para estar na cidade de Irati (PR), localizada a 150 quilômetros de Curitiba, a F28 Autoparts sequer abriu as portas e já está – segundo seu proprietário, Fernando Orreda – se surpreendendo positivamente com as possibilidades e melhorias indicadas pela equipe do Sebrae.
Além de buscar evoluir antes mesmo de abrir as portas, a empresa idealizada por Orreda, cuja experiência como engenheiro mecânico com normas e processos de fabricação de peças data mais de duas décadas, tem um outro aspecto que a destaca entre os seus pares do ‘Loja Legal’: seu foco de negócio será o da venda de peças e componentes usados e seminovos.
Ao refletir sobre a escolha do modelo de negócios, o proprietário da F28 Autoparts conta que, após observar os diversos mercados possíveis de atuação, ele identificou uma forte tendência mundial de cobrança das empresas e indivíduos pela sustentabilidade do planeta, pautada por princípios ESG (Environmental, Social and Governance) e economia circular. Seguindo nesta linha, percebeu a necessidade de uma ação efetiva ligada ao reuso das peças e componentes dos inúmeros veículos que deixam de rodar todos os dias no Brasil.
“Com essa visão, passei para a etapa de estudo do funcionamento do ramo de reciclagem automotiva pelo mundo, pesquisando as melhores práticas desse segmento nos mercados americano, chinês, russo, canadense e europeu para aplicar no meu negócio. O passo seguinte foi buscar o Sebrae, mesmo antes do Loja Legal, para criar um plano de negócios a fim de formatar a empresa dentro dos requisitos e aspectos fundamentais e legais. Foi este arcabouço que deu suporte à abertura da empresa, em março deste ano”, relatou Orreda.
Questionado sobre os principais apontamentos oferecidos pela consultoria do Loja Legal durante a etapa de diagnóstico, o proprietário da F28 Autoparts trouxe para um fato curioso: em função da emergente e crescente tendência de compras online, a loja foi estrategicamente direcionada para atuar 90% no mercado digital e 10% físico (balcão).
“Além disso, o senhor Reginaldo Oliveira (consultor do Sebrae) me instruiu sobre os benefícios que a realização de parcerias público-privadas poderão trazer à minha empresa”, concluiu.
Além de gratuito e democrático, Loja Legal não oferece resistência em termos de burocracia
O Programa Loja Legal foi criado com o objetivo central de escalar a formalização das empresas do varejo de autopeças – movimento que, no entendimento de Sebrae e Sincopeças-SP, aumenta significativamente suas oportunidades de consolidação e crescimento do setor.
Por conta disso, a capacitação tem como uma de suas principais características a gratuidade de participação e a capilaridade de alcance em todo o território nacional.
Mais do que estes elementos, porém, o Loja Legal tem se destacado pela pouca resistência que oferece para os interessados em participar, bem como pela produtividade de facilitar o início das atividades a partir do momento de ‘declaração de intenção’.
Esta facilidade foi destacada pelos proprietários respectivos de Bosscar Service e F28 Autoparts, Débora Camargo e Fernando Orreda.
Ambos os empresários relataram terem conhecido o programa durante a Automec 2023 e, logo em seguida, acessaram o site do Loja Legal para realizar suas inscrições – movimento este que foi prontamente seguido pelo consultor do Sebrae, Reginaldo Oliveira, para a organização das agendas a fim de dar o start imediato na etapa de diagnóstico inicial.
“Não enfrentei nenhuma resistência. Pelo contrário, os organizadores foram solícitos desde o primeiro momento”, comemorou Camargo.
Comprovando esta abertura, aliás, em sua entrevista ao NVA, Oliveira, consultor do Sebrae, se disponibilizou a divulgar publicamente seus contatos pessoais aos varejistas interessados no programa. Para saber mais informações ou se inscrever, portanto, basta contatá-lo via WhatsApp, no número (11) 3385-2389, ou no e-mail reginaldoao@sebraesp.com.br.
Conheça as etapas do Loja Legal
O Programa Loja Legal é constituído por quatro etapas com duração média de ciclos de três meses cada e independente entre elas – sendo distribuídas de acordo com a necessidade de empresa inscrita. Conheça-as:
Etapa 1 – Diagnóstico
Aqui, as empresas que fizerem a adesão ao programa começam a receber um diagnóstico completo voltado a analisar as principais necessidades no âmbito da gestão empresarial.
Etapa 2 – Capacitações
Com base nas lacunas identificadas no diagnóstico, o Sebrae indica uma série de palestras, oficinas e cursos on-line para os participantes, além – é claro – de consultorias personalizadas para estabelecer um planejamento voltado a sanar essas questões.
Etapa 3 – Avaliação dos resultados
Aqui é onde os agentes envolvidos no Loja Legal avaliam o impacto do programa, sobretudo no âmbito do aumento do faturamento e na redução de custos. A ideia é utilizar critérios rígidos, que avaliem todo o balanço da empresa, para identificar se as questões identificadas no diagnóstico tiveram melhoria significativa após o trabalho conduzido pelos consultores do Sebrae.
Etapa 4 – Evento de encerramento
Finalização do ciclo com apresentação dos casos de sucesso.
Fonte: Novo Varejo