Passagens aéreas e alimentos sobem e ajudam a interromper três meses de deflação do custo de vida na RMSP

Transportes volta a subir; classe E sente maior impacto no aumento mensal (2,71%), aponta FecomercioSP
Passagens aéreas e alimentos sobem e ajudam a interromper três meses de deflação do custo de vida na RMSP

Os três meses consecutivos de queda no Custo de Vida por Classe Social (CVCS) da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) foram interrompidos, principalmente, pelos aumentos de 27,3% no valor das passagens aéreas, e de 0,76% dos alimentos, em outubro de 2022. Os dados são do levantamento mensal da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

No décimo mês do ano, o grupo de transportes voltou a ser o maior responsável pelo aumento do custo de vida, com alta de 1,15%. Contudo, desta vez, os combustíveis não influenciaram tanto o resultado, uma vez que a gasolina e o óleo diesel registraram quedas de 1% e 2,8%, respectivamente, enquanto o etanol obteve aumento de 3,6%.

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O que chama a atenção foi a elevação no valor das passagens aéreas (27,3%) e nas passagens de ônibus interestadual, com alta de 3,3%. Impacto sentido principalmente por famílias das faixas de renda mais baixas. Para a classe E, o aumento mensal foi de 2,71%, ao passo que para a classe A, a alta foi de 0,41%.

De acordo com o levantamento da FecomercioSP, no período, o CVCS da RMSP registrou alta de 0,66%, acumulando 7,2% em 12 meses. Dos nove grupos que compõem o indicador, nenhum apresentou decréscimo nas variações médias em outubro.

Os alimentos também tornaram a pressionar o custo de vida na região, influenciados pelas questões climáticas. No período, o aumento foi de 0,76, com destaque para os preços da batata-inglesa (23,5%), do tomate (21,7%) e da cebola (11,9%). Frutas como mamão (8,4%), uva (7%) e laranja-pera (6%), além do pão francês (1,2%), foram itens que também apresentaram altas impactantes ao bolso do consumidor. Por outro lado, o feijão-carioca recuou 3,7%, assim como o óleo de soja (-3,6%) e queijos (-1,7%). As carnes bovinas também apontaram recuo de preços.

Os lares da RMSP também sentem no bolso o aumento nos preços de produtos e serviços ligados à saúde e aos cuidados pessoais. No setor de serviços, destaque para a alta de 1,3% dos planos de saúde. Já no varejo, as elevações foram observadas em perfumes, papel higiênico e produtos para cabelos, com crescimentos de 5,3%, 2,3% e 1%, respectivamente.

O levantamento mostra que, para as classes mais abastadas, o custo de vida é mais alto no acumulado em 12 meses: 7,75% para a classe A e 7,56% para a Classe E. Para a classe média, a variação foi de 6,91%. Isso, porque a distribuição de despesas é mais concentrada em grupos de alta representatividade para as classes de menor poder aquisitivo.

No entendimento da FecomercioSP, apesar de custo de vida voltar a pressionar o orçamento das famílias em outubro, a boa notícia é que os itens que puxam o índice para cima são diversos do visto ao longo de 2022. Trata-se elevações pontuais, e não de uma questão persistente. A exceção é a passagem aérea, que deve continuar com forte elevação nos próximos meses.

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IPV

O Índice de Preços no Varejo (IPV) registrou alta de 0,58% em outubro – em 2022, a alta acumulada é de 5,84%, enquanto nos últimos 12 meses, de 8,58%. Dentre os oito grupos que compõem o indicador, dois encerram o décimo mês do ano com decréscimo nas variações médias: despesas pessoais (-0,29%) e artigos de residência (-0,03%).

O grupo de alimentação e bebidas foi o que mais contribuiu para a alta, com acúmulo de 12,05%, entre janeiro e outubro, seguido por saúde e cuidados pessoais, com 13,85% no período.

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Fonte: FecomercioSP

Programa EMPRESA AMIGO DO VAREJO