Para suprir demanda, BYD irá duplicar centro de distribuição de peças

A fim de evitar novos "gargalos logísticos" unidade localizada em Cariacica (ES) terá sua área dobrada e contará com mais funcionários até o fim do ano
Para suprir demanda, BYD irá duplicar centro de distribuição de peças

Por Marcus Celestino

A BYD foi alvo de inúmeras reclamações por parte dos consumidores em decorrência de um pós-venda deficitário. Muitos clientes vêm reclamando acerca de atrasos na entrega de peças, pondo em xeque o serviço da fabricante de origem chinesa — em ascensão no país.

A fim de acalmar os ânimos, a BYD convidou a imprensa para visitar seu centro de distribuição, localizado em Cariacica (ES). Dessa forma, a fabricante mostra, que o problema não é a falta de peças. 

“Tivemos um gargalo logístico e, por isso, houve um aumento no número de reclamações por conta de atrasos. Aceitamos, entendemos o problema e já tomamos medidas para resolver a situação. Essas questões não irão se repetir. Estamos preparados”, garante Wagner Carrieri, gerente de pós-venda da BYD.


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Segundo a fabricante, os pedidos de peças cresceram 300%, passando de cerca de 200 para mais de 600 por dia. Isso ocorreu, ainda conforme a BYD, por causa da alta no número de vendas dos seus modelos — em especial o Dolphin.

Atualmente, o centro de distribuição da empresa no Espírito Santo, administrado em parceria com a companhia da seara de logística GDL, tem mais de 370 mil peças armazenadas, em uma área de 5.000 m2 com 5.600 posições de pallets. A BYD pretende, vale frisar, dobrar o espaço reservado para o estoque nos próximos meses, mas não revelou o quanto investirá para tal.

Hoje, a companhia tem capacidade para enviar 600 peças por dia e de receber 4.000/ dia dos contêineres que vêm da China — de todos os modelos presentes no mercado brasileiro. 93% dos componentes pedidos pelo pós-venda já estão no local, incluindo baterias e itens de colisão.

Atualmente, são 50 funcionários responsáveis por atender aos pedidos. Segundo Carrieri, conforme o aumento da demanda, o número de colaboradores em Cariacica deve passar para 150. 

À exceção do tempo de transporte, o prazo estipulado pela companhia para a liberação dos pedidos dos concessionários é de três dias. A partir de tal, o período médio de trânsito é de cinco a sete dias (para mais ou para menos conforme a unidade da federação).

Em casos emergenciais, a BYD Brasil solicita à matriz o envio de peças por avião. Nesses casos, o prazo para chegada dos componentes pode variar de 10 a 15 dias.

Em Cariacica também é feito o processo de tropicalização dos modelos da BYD que chegam ao país. Os veículos são etiquetados, recebem manual, marcação de chassis, novas placas com os nomes para o mercado local e têm checagem de elétrica, eletrônica e carroceria. Dividido em quatro etapas, todo o processo tem duração de cerca de 12 minutos.

BYD pretende produzir peças no Brasil 

A fim de aumentar o estoque e, por conseguinte, mitigar a demanda por componentes, a BYD pretende ainda fabricar peças no Brasil. A montadora, contudo, não definiu um cronograma para o início da produção.

“Existe a possibilidade de começarmos a fabricar peças localmente antes mesmo da fábrica de Camaçari fazer automóveis. No entanto, a maior probabilidade é de que isso ocorra de forma simultânea”, destacou Carrieri.

A montadora diz ainda que, justamente por isso, já negocia com fornecedores locais. Ademais, enfatiza que fecha parceria com uma grande empresa do ramo de pneumáticos para garantir a distribuição de pneus para o Dolphin.

Fonte: Automotive Business

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