“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

Para reduzir emissões da logística, ZF aposta no transporte de peças por navio

07/07/2023

Por Bruno de Oliveira

A ZF pretende diminuir as emissões de carbono geradas pela sua operação logística de componentes. Para isso, uma das maneiras escolhidas pela empresa foi apostar no transporte de produtos por navios ou trens, diminuindo a participação de caminhões nas longas distâncias.

Ainda que a estratégia esbarre em questões estruturais ferroviárias e de cabotagem para avançar, a movimentação da fabricante para reduzir sua pegada de carbono de certa forma coloca na mesa o – pouco falado – papel de fornecedores de peças neste tema.


LEIA MAIS:
– ZF prepara oferta de conectividade para o mercado brasileiro
– ZF lança plataforma de conectividade no Brasil e pretende unificar centros de distribuição


Em um debate onde o veículo ainda está no centro como agente emissor de C02, estratégias como essa da ZF mostram que pelo menos as grandes sistemistas estão se mexendo para diminuir a poluição na cadeia produtiva também no Brasil.

É bom lembrar que a demanda não é apenas ambiental, surge também na corrida em que as montadoras estão envolvidas para zerar as emissões de carbono em todas as etapas do processo produtivo veicular.

Para citar alguns exemplos recentes, a Stellantis pretende alcançar esta meta até 2038 por meio do planejamento batizado de Dare Forward 2030. A Volkswagen também tem as mesmas pretensões com o seu Way to Zero, mas em prazo mais curto do que a rival, em 2030.

“Acredito que a cabotagem seja uma tendência daqui pra frente, e há um certo mito com relação ao tempo de entregas, o chamado transit time”, disse Fabricio Spadine, gerente de vendas da divisão de reposição, na quinta-feira, 6.

Entrega de peça na hora certa

O executivo se refere ao tempo que uma peça leva para sair do centro do distribuição da empresa e chegar a um destino próximo ao cliente. Há quem diga que o embarque da carga via navio torna este trânsito algo incerto, mas a ZF afirma que a pontualidade no deslocamento é possível.

“Claro, o sistema de transporte marítimo ainda tem muito a melhorar, por isso optamos por começar os embarques por cidades mais avançadas nesse sentido”, disse Spadine.

Ele se refere a dois trechos que já são operados pela ZF para o transporte de componentes para o segmento de reposição desde 2022. O primeiro, com saída do centro de distribuição de Itu (SP), passando pelo porto de Santos (SP) chegando até o Ceará.

O segundo trecho é similar, com diferença apenas no destino final, no caso, Pernambuco.

Pelos cálculos da companhia, essa estrutura logística pode proporcionar uma redução de mais de 70% das emissões de CO2 na operação de transporte da fabricante, ou uma economia de 1,8 mil litros de diesel em casa viagem.


– Faça a sua inscrição no #ABX23 – Automotive Business Experience


A divisão de reposição da ZF tem sido alvo de investimentos e reestruturação nos últimos anos. O centro de distribuição de Itu, por exemplo, é um dos mais modernos do país, com processos automatizados em diversos setores, do armazenamento à expedição.

Spadine disse, ainda, que este não é o fim do transporte por caminhões na operação da ZF: “Eles ainda são utilizados para realizar a distribuição regional das peças. O que pode acontecer é que as frotas passem a utilizar caminhões que usem combustíveis alternativos”.

Fonte: Automotive Business

Informes

Abrir bate-papo
SincoPeças - SP
Olá 👋
Podemos ajudá-lo?