Após um ano repleto de dificuldades, é necessário esforço do governo para destravar o ambiente de negócios e dar continuidade à agenda de reformas
*Por Abram Szajman
O ano de 2020 foi marcado pela instabilidade e pelo sentimento de insegurança ao redor do mundo, comprometendo não só a saúde da população, como perspectivas e convicções. Na economia, medidas de auxílio de renda, crédito e flexibilização trabalhista evitaram que os danos fossem ainda maiores.
Com medidas restritivas de isolamento e fechamento de algumas atividades, as vendas do comércio varejista de São Paulo, que antes da pandemia davam sinais de manter a recuperação de 2019, passaram a amargar resultados, chegando a registrar quedas de dois dígitos.
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A abertura gradual das atividades trouxe fôlego para a economia. Projeções da FecomercioSP estimam que o comércio varejista paulista encerre o ano com crescimento de 2%, ainda assim com desempenhos assimétricos jamais vistos na história do setor no Estado. Os segmentos voltados a bens essenciais, como farmácias e supermercados, se recuperaram de forma mais expressiva, ao passo que os setores de vestuário e concessionárias continuaram (e continuam) caindo.
É esperada uma baixa de 60 mil empregos formais no setor em relação a 2019, o pior desempenho anual desde 2010. A capacidade de sobrevivência dos negócios também foi duramente acometida. O varejo paulista iniciou a pandemia com 410,8 mil empresas e ingressará em 2021 com 346,6 mil.
Para 2021, é necessário esforço do governo para destravar o ambiente de negócios e dar continuidade à agenda de reformas, amparando empresas e empregos. Aos empreendedores, faz-se indispensável a habilidade de reinvenção no cenário ainda de adversidades.
*Abram Szajman é presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP)
Artigo originalmente publicado na Revista Eletrolar no dia 6 de janeiro de 2021.