“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

O valor dos velhinhos

13/06/2022

O bom desempenho das vendas de carro zero em maio, que a Anfavea anunciou na última terça-feira (6/6/22) ocorre no momento em que os preços dos carros obtêm um leve declínio: pela primeira vez nos últimos 21 meses os preços registraram uma retração de 0,47%, conforme dados do mês de abril do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA.

A retração de 0,47% num primeiro instante pode parecer discreta, mas acompanha a tendência de queda nas vendas de usados mostrada pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) no mês passado.

A combinação desses dois panoramas pode representar a retomada dos negócios em níveis (de preços) mais próximos da realidade, com o fim da valorização desenfreada no mercado de usados, onde muitos modelos estão registrando aumentos expressivos, que podem chegar a 30% em um ano.

Mas o mercado ainda está longe de conquistar uma estabilidade. A falta de carro zero – provocada inicialmente pela pandemia e em seguida pela falta de componentes – fez a produção desabar, deixando o mercado desabastecido. Como consequência, os preços subiram e o consumidor migrou para o mercado de usados, em busca de uma opção menos onerosa.

Mas foi tanta gente em busca de uma opção mais acessível que em pouco tempo o preço dos usados também subiu. Subiu não, explodiu. O resultado é que também a compra do seminovo ficou proibitiva para a maioria dos consumidores. Afinal, em muitos casos o carro com dois anos de uso está custando mais do que o preço do OK na tabela.

Assim como a carestia dos alimentos faz a dona de casa substituir o bife pelo ovo, o comprador de carro foge do preço alto do zero e depois do seminovo, optando por um carro mais velho, ou até mesmo adiando a compra, situações que provocam o aumento dos preços em cadeia, chegando, finalmente à base da pirâmide, onde, hoje, o mercado vende um Volkswagen Gol 2006 por R$ 24 mil e um Ford Ka 2000 por R$ 17 mil (conforme anúncios classificados em sites de venda de autos).

Mesmo caros, os chamados velhinhos (carros com mais de 15 anos de fabricação) muitas vezes são a única opção de compra, o que transforma o segmento num vigoroso mercado.

Dados da Fenauto, federação que reúne as associações de revendedores de carros usados, mostram que o segmento dos velhinhos é o que menos sofre a queda drástica de vendas nopaís. Nos cinco primeiros meses deste ano foram vendidos 4.879.357 veículos usados, de todas as idades e de todos ao categorias, inclusive motocicletas, 19,1% menos do que no mesmo período do ano passado. E o segmento que menos perdeu foi o dos velhinhos, que vendeu apenas 3,8% a menos.

Você percebe que, mesmo entre os veículos mais velhos, houve queda expressiva de vendas, o que mostra a situação drástica que vive o setor automobilístico em geral. Diante dessa realidade, a melhor opção nesse momento é fazer uma boa revisão para garantir a sua segurança, adiar a comprar e esperar a poeira baixar.

Queda de vendas é menor entre os Velhinhos

Janeiro- maio/2022
Tempo de uso               % 
Até três anos-13,70%
Quatro a oito anos-30,70%
Nove a doze anos-20,50%
Mais de 13 anos-7,70%

Fonte: AutoInforme

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