“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

Novo C3 pode salvar a Citroën e até os carros populares no Brasil

01/10/2021

Com mais de 10 mil unidades emplacadas, novo C3 comandou ascensão da Citroën

apresentação da nova geração do C3 foi um passo importante no processo de ressuscitação da Citroën no Brasil. Atualmente, a francesa tem apenas um veículo de passeio em linha, o C4 Cactus. O cenário só vai mudar no primeiro trimestre de 2022, quando o irmão menor será efetivamente lançado e terá sua produção iniciada em Porto Real (RJ).

A missão da Stellantis para fazê-la recuperar mercado e prestígio será hercúlea, especialmente por se tratar de uma marca com má fama em relação à confiabilidade mecânica e pós-venda, o que faz seus produtos manterem um ciclo vicioso de desvalorização no mercado de usados. Mas não é um cenário impossível.

Fruto do projeto CC21, o novo C3 chegará mais tarde ao mercado brasileiro do que se planejava. O código “CC21” deixa bem claro, no número 21, o ano em que o modelo deveria ser originalmente lançado. O atraso será de alguns bons meses.

Erros prestes a serem repetidos

Parte desse adiamento se deve à crise dos semicondutores, que vem rasgando cronogramas por todo o mundo. Mas há, também, uma ação deliberada da Stellantis para corrigir a rota estratégica da antiga PSA, que estava para repetir com o C3 os mesmos erros de posicionamento cometidos com o Peugeot 208 no ano passado.

O projeto, que antes seria lançado apenas com o motor 1.6 EC5 incluirá agora o motor 1.0 Firefly de origem FCA e receberá mudanças nas calibrações de suspensões e equipamentos. A ideia, conforme ressaltado como mantra durante a apresentação, é oferecer um carro que fique conhecido como “robusto e confiável” a um preço relativamente acessível.

Curiosamente, todas essas são percepções que passam longe da Citroën entre os consumidores brasileiros atualmente. Se der certo, a Citroën tem tudo para rapidamente recuperar participação e importância no mercado, preparando terreno para a chegada de dois irmãos do C3, o sedã C3L (ou C3 Lounge) e o crossover C3 Aircross, nos próximos anos.

Mais do que isso, seu sucesso pode estabelecer novos paradigmas em relação a um segmento que vem definhando: o de carros com apelo mais popular. Seu estilo altinho e quadradinho, análogo ao de um SUV (embora ele não seja chamado assim pela Citroën, talvez para evitar a decepção gerada pelo Renault Kwid e seu slogan “SUV dos compactos”), não é em vão.


Daihatsu Rocky: modelo poderia ser vendido no País pela Toyota

Foto | Daihatsu/Divulgação

Daihatsu pode voltar ao Brasil

A Citroën quer conquistar clientes que gostariam de ter um SUV de porte maior na garagem, mas não podem. Com isso, pode estar dando início a um processo sem volta no qual hatches compactos serão substituídos por crossovers como ele, com altura elevada do solo e carroceria que faz deles aspirantes a SUVs em miniatura.

Duvida? Pois saiba que há mais gente trilhando um caminho similar. Segundo o Autos Segredos, a Toyota estaria estudando relançar no país a marca Daihatsu, através de um modelo de baixo custo chamado Rocky. Ele tem dimensões bem parecidas com as do novo C3 e viria para substituir o Yaris hatch. A marca Toyota ficaria encarregada de vender apenas SUVs e sedãs de porte maior.

Já a Volkswagen desenvolve o projeto VW246 ou A0 SUV, que nada mais é do que o sucessor do Gol. Deve chegar ao mercado entre 2023 e 24 com predicados similares aos do novo C3: carroceria altinha, estilo quadradinho e vão livre generoso do solo.

Mais do que salvar a Citroën, o novo C3 e seu estilo “SUV em miniatura” podem ter antecipado, sem querer, a receita para transformar e salvar da extinção os carros tidos como “populares” no Brasil.

Fonte: Automotive Business

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