Vendas de motores avançaram 62% e de geradores 438% no primeiro trimestre, o que exigiu 250 contratações (PEDRO KUTNEY, AB)
Em meio ao cenário adverso da pandemia de coronavírus que atingiu o Brasil um ano atrás, nem as projeções mais otimistas chegaram perto de prever crescimento tão acelerado para a MWM, fabricante de motores diesel e grupos geradores que pertence à Navistar. No primeiro trimestre fiscal da empresa deste ano, compreendido entre novembro e janeiro passados, o faturamento avançou à razão de dois dígitos porcentuais bem altos (a empresa não revela valores) na comparação com o mesmo período anterior, antes dos efeitos negativos da Covid-19 sobre a economia, portanto.
As vendas cresceram em todos os segmentos de atuação. Nos três primeiros meses do ano fiscal houve expansão de 62% nas entregas de motores para veículos comerciais e máquinas agrícolas, em comparação com o mesmo trimestre de 2020. A MWM também vendeu 37% mais peças de reposição no período. Os grupos geradores, que começaram a ser produzidos pela empresa há apenas dois anos, registraram alta de 438% nos negócios.
“No nosso caso vimos a recuperação dos negócios acontecer muito rápida e aquecida a partir de agosto do ano passado. Na época tínhamos dúvidas sobre a sustentabilidade desse crescimento, pois podia ser um represamento, mas já se passaram sete meses e o mercado continua bastante aquecido”, revela José Eduardo Luzzi, presidente da MWM Motores e Geradores.
Para acompanhar o crescimento acelerado, no início do ano a MWM precisou abrir novas vagas de trabalho com a contratação de mais 250 pessoas que se somaram ao quadro de 1,3 mil funcionários da fábrica no bairro de Santo Amaro, em São Paulo. Algumas linhas operam em dois turnos e outras em três.
Boa parte desse aquecimento, avalia Luzzi, veio do agronegócio, setor que consome muitos dos caminhões e máquinas agrícolas motorizados pela MWM. Outra fonte de crescimento vem da construção civil, embalada por juros baixos que reacendeu o interesse pelos investimentos em imóveis. Por fim, e não menos importante, a expansão do comércio on-line alimentado pelas restrições da pandemia também provocou maior procura por veículos comerciais para entregas.
Apesar do agravamento da pandemia no começo de 2021, Luzzi afirma que a demanda segue em alta nos segmentos de atuação da MWM.
MAIS ENTREGAS À VWCO
Na conta do crescimento já registrado ainda nem foi incluído todo o potencial do motor MAN D26 de 13 litros, que começou a ser produzido em outubro passado sob encomenda para a Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO), para equipar os novos extrapesados Meteor lançados pela marca que começaram a ser entregues aos clientes já no fim de 2020.
A VWCO é o maior cliente da MWM, que fornece motores para os caminhões e ônibus da fabricante desde o início das operações há 40 anos e participa do consórcio modular da fábrica de Resende (RJ) também desde a inauguração da planta em 1996. O D26 é o segundo motor MAN produzido no Brasil pela MWM sob contrato de manufatura, que também produz o D08 desde 2011. Agora com os dois propulsores em linha, Luzzi prevê que as entregas à VWCO deverão crescer substancialmente em 2021.
É um envolvimento que antecipa a participação da MWM como mais uma das divisões do Traton Group, empresa multinacional independente que controla as fabricantes de veículos comerciais do Grupo Volkswagen, integrado por MAN, Scania e VWCO. Até o meio deste ano, o Traton Group deverá concluir a aquisição total da americana Navistar, proprietária da MWM, e assim todas as empresas farão parte de um mesmo grupo, podendo ampliar as sinergias.
Fonte: Automotive Business