Mulheres representam mais de 9 milhões dos negócios no Brasil e representam 33,% das propriedades de empresas formais e informais, sendo responsáveis por 48% dos microempreendedores individuais do Brasil, segundo dados do Sebrae. Para apoiar esse universo e discutir soluções visando garantir um ambiente produtivo e aberto para debates, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) criou a Câmara Brasileira de Mulheres Empreendedoras do Comércio (CBMEC), que conta com empresárias de todas as Federações do Comércio dos 26 Estados e do Distrito Federal, além das sete Federações nacionais. A coordenadora será a empresária baiana Rosemma Maluf.
Por vídeo, em sua mensagem de abertura, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, falou sobre as grandes e rápidas transformações que o mundo vem passando e ressaltou o reconhecimento da importância do papel das mulheres como uma das grandes urgências que a sociedade brasileira vem trabalhando.
“Esse movimento precisa se transformar em ações concretas, que traduzam o compromisso de valorizar a participação feminina em todos os setores. A instalação da Câmara é mais um passo da CNC para estar alinhada com as iniciativas que buscam fortalecer a presença e a participação da mulher no âmbito empresarial. É uma ação que, além de fazer justiça ao talento e competência delas, busca a melhoria do ambiente de negócios, com o incentivo para a abertura de novos empreendimentos, a integração e a troca de experiências, além da qualificação dessa mulher empresária”, destacou.
Empregabilidade e independência
O coordenador das Câmaras Brasileiras do Comércio e Serviços da CNC, Luiz Carlos Bohn, vice-presidente da CNC e presidente da Fecomércio-RS, abriu os trabalhos ressaltando que a instalação da CBMEC marca o reconhecimento do empreendedorismo feminino para a economia brasileira e que a CNC vem apoiando muitas iniciativas por meio de seus braços sociais, visando melhorar a empregabilidade e independência das mulheres.
“Empreender é uma atitude de determinação, coragem e inovação, seja para abrir seu próprio negócio, seja para ascender na hierarquia de uma empresa. E a CNC acredita neste potencial das mulheres líderes de negócios, no empreendedorismo que inclui, fomenta e transforma vidas”, afirmou Bohn
Emocionada, a nova coordenadora da CBMEC, Rosemma Maluf, disse que a data é histórica para a as mulheres empreendedoras, que viam as entidades empresariais distante de suas realidades. “Este é um espaço de poder legítimo e de transformação. A CNC é pioneira no Sistema S com uma câmara específica, permanente, dedicada às nossas questões. Estamos inaugurando uma nova era de cooperação e mobilização”, enfatizou.
Em sua apresentação, a coordenadora sugeriu quatro eixos de atuação da Câmara: representatividade, desenvolvimento profissional, melhoria do ambiente de negócios e políticas públicas. Ela também trouxe propostas para construção de visão e missão. “Vamos trabalhar de forma colaborativa, em grupos, onde cada uma de vocês terá voz e compromisso com todas. Eu sonho que sejamos um conselho referência das mulheres empresárias no Brasil”, reforçou.
Rosemma trouxe dados do Sistema Comércio para todas as integrantes da Câmara. São 138 mulheres nas Diretorias das Federações que compõem o Sistema e 80 mulheres presidentes de sindicatos patronais. As Federações da Bahia, do Distrito Federal, Paraná, de Sergipe e Tocantins já contam com câmaras de mulheres.
Pluralidade
Todas as mais de 50 participantes, entre titulares e suplentes, se apresentaram e falaram sobre suas expectativas para a nova Câmara da CNC. Gisela Lucas Lopes, vice-presidente da Fecomércio-SP, comanda o Sindicato do Comércio Varejista de Mirassol, cidade do interior. Para ela, a CBMEC ajudará no direcionamento e na defesa das ações empresariais femininas. “Um time tão eclético certamente irá contribuir desde a pequena empresária até mesmo a que está há anos no mercado de trabalho. Apesar de estarmos em pleno século XXI ainda existem muitas barreiras. Não tenho dúvida que será um sucesso”, comentou.
Representando a Feaduaneiros, a primeira presidente mulher do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindaerj), Célia Regina Gomes, que está em seu segundo mandato, é despachante aduaneira há 30 anos e falou um pouco sobre as dificuldades vividas no seu meio de trabalho, majoritariamente masculino.
De Rondônia, Marian Belandi Scheffer de Oliveira, diretora do Sindilojas de Porto Velho e empresária no ramo contábil destacou a abrangência da câmara, que contará com representantes de todo o País. “Será de suma importância para divulgar e fomentar por todo o Brasil, os projetos tanto econômico-financeiros, quanto de treinamentos e eventos voltados para o público empreendedor feminino.”
Programa de qualificação
No início da reunião, foi firmado um acordo de cooperação técnica entre a CNC e o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. O documento foi assinado pela secretária Executiva do Ministério, Tatiana Alvarenga, e pelo vice-presidente da Confederação, Luiz Carlos Bohn, visando desenvolver ações gratuitas de promoção social e qualificação profissional para mulheres em situação de vulnerabilidade nos Estados do Norte e Nordeste, para estimular sua capacidade empreendedora, geração de renda e maior autonomia. Além das integrantes da Câmara, participaram da solenidade representantes do Sebrae; Ministério da Economia, do programa Caravana Pra Elas; do Banco do Brasil, Banco do Nordeste e da Caixa Econômica Federal.
Fonte: CNC