Mitsubishi prevê problemas na produção de carros por falta de chips


Escassez de componentes deve afetar atividades na fábrica da HPE em Catalão-GO (Por Vitor Matsubara)
Mitsubishi prevê problemas na produção de carros por falta de chips
Fábrica de Catalão (GO) já interrompeu produção do Outlander Sport por falta de componentes

A Mitsubishi está pessimista quanto ao volume de produção de veículos no Brasil no segundo semestre. O motivo é o mesmo que afeta a indústria automotiva há dois anos: a falta de semicondutores causada pela pandemia.

“Hoje estamos trabalhando em apenas um turno e fazendo uma hora extra por dia para suprir a demanda. Mas o panorama em dois a três meses é um pouco mais obscuro por não termos uma visibilidade de fornecimento regular até o fim do ano”, revelou Reinaldo Muratori, presidente da HPE Automotores, que representa a Mitsubishi no país desde 1991.

O executivo afirmou que a situação pode ser mais grave até do que no auge da pandemia, quando todas as fábricas do país foram paralisadas por alguns meses.

“Nós paramos a produção por dois meses em 2020, mas voltamos a trabalhar normalmente antes do fim daquele ano. Tivemos uma situação privilegiada em 2021, até em relação a outras montadoras, já que conseguimos manter (a produção) em um nível muito próximo à nossa capacidade máxima. Como vários componentes eram importados, a Mitsubishi deu prioridade para o fornecimento de componentes em detrimento de sua própria produção. Só que, neste ano, a coisa está mais complicada e devemos ter problemas no segundo semestre, inclusive pelo recente lockdown em Xangai. Eles (Mitsubishi) estão buscando alternativas, mas prevemos que a produção será mais problemática do que agora”.

Cuidado com as concessionárias

HPE produz carros da Mitsubishi desde o final dos anos 90

A HPE Automotores começou a produzir os modelos da marca em 1998, quando inaugurou sua fábrica em Catalão (GO). Atualmente, a planta goiana produz as duas gerações da L200 (Outdoor e Triton Sport), o recém-renovado Eclipse Cross e o Outlander Sport. Este último, aliás, teve a produção interrompida em março justamente pela falta de componentes.

“Não adianta fabricar poucas unidades porque aí geramos insatisfação no cliente, já que a concessionária acaba aceitando o pedido e depois não consegue entregar o carro”, conta.

E prossegue: “Estamos informando o volume de veículos que temos para entregar e vamos avisar as concessionárias quando a produção será normalizada”, afirmou Reinaldo.

O executivo ressaltou que justamente por isso é que a HPE não pretende ampliar sua rede de revendas, que hoje conta com 120 pontos de venda pelo Brasil.

Segundo Muratori, os números de vendas diretas também foram afetadas pela escassez de componentes, a ponto de gerar insatisfação no governo.

“Estamos deixando de participar de concorrências porque não temos produto para entregar. Ontem mesmo soube de um pedido de concorrência para a Polícia Militar do Espírito Santo, que pede por 300 carros. Seria um bom volume para nós, mas não entraremos porque eles querem os veículos em 180 dias. Tem órgão governamental que procurou a Anfavea para pedir que as associadas entrem nas concorrências porque não estão conseguindo abri-las por falta de participantes”.

Fonte: Automotive Business

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