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Migração do código de barras para o 2D amplia experiência no varejo

Enquanto a codificação mais antiga permite 20 caracteres numéricos, a tecnologia 2D, normalmente encontrada na forma de QR Code, pode armazenar mais de 7 mil, possibilitando pagamentos digitais e outras funções
Por Mariana Missiaggia

O varejo e a indústria de consumo estão em um processo contínuo de adaptação às transformações digitais. Uma dessas mudanças é o código 2D – uma evolução do código de barras linear. Capaz de armazenar uma quantidade muito maior de informações, sua aplicação pode deixar a comunicação entre empresa e consumidor bem mais completa. No mercado, a forma mais comum de código 2D é o QR Code.

Usados há 50 anos, os códigos de barras se tornam essenciais para as operações da indústria e do varejo, mas são limitados. Enquanto essa codificação mais antiga permite cerca de vinte caracteres numéricos, códigos 2D podem armazenar mais de 7 mil caracteres numéricos, possibilitando pagamentos digitais e outras funções.

Contar aos clientes onde cada item foi produzido e o caminho percorrido da fabricação à loja é uma das aplicações mais evidentes dos códigos 2D. A capacidade de armazenar mais dados permite incluir novos campos e informar mais detalhes sobre a origem de cada produto. E com isso, é possível fazer uma ponte a outro importante momento do varejo: as práticas ESG, que simbolizam uma abordagem empresarial contemporânea e ética, ancorada em três pilares essenciais (ambiental, social e governança).

Em muitos setores, como o mercado farmacêutico e o varejo alimentar, o uso do código 2D aumenta a segurança ao longo de toda a cadeia de suprimentos, permitindo, por exemplo, viabilizar o recall de itens cuja qualidade é um ponto crítico.

De uma forma genérica, o código 2D pode trazer informações como a validade dos itens, número de lote e data de produção – dados relevantes para automatizar diversos controles do varejo. Com base na data de validade e no controle das vendas, por exemplo, um varejista pode programar e disparar automaticamente ações promocionais para aqueles produtos, facilitando a gestão e evitando perdas. E ainda há utilidades bem mais profundas dessa ferramenta.

DESAFIOS E OPORTUNIDADES DESTA TECNOLOGIA

Pensando em um contexto cada vez mais digital e em um varejo interativo, em que as lojas físicas baseiam as suas vendas em experiências, fica claro que os códigos 2D podem ser um conector para esse universo omnichannel e a interface com os consumidores.

Preparados para ler QR Codes, os celulares são facilitadores neste direcionamento para conteúdos on-line sobre os produtos ou o próprio link do e-commerce. No comando disso tudo, os consumidores já estão acostumados a esse tipo de acesso de forma autônoma.

De acordo com Ana Paula Maniero, gerente de desenvolvimento da Associação Brasileira de Automação, esse movimento atinge o mundo todo e será exponencial, por se tratar de uma tecnologia que agrega muito valor ao negócio.

Por considerar o código de barras um dos elementos mais importantes da cadeia de abastecimento, a especialista fala em organização, agilidade, padronização e eficiência em um processo que passou de embrionário a uma tendência.

Ana Paula destaca que embora esteja em uso há cinco décadas, a massificação do código de barras só aconteceu nos últimos 20 anos – e, que ainda assim, há muitas aplicações almejadas pelo consumidor e pelo lojista.

Nas palavras da especialista, ciente de que seus clientes buscam mais informações, as empresas deveriam considerar essa tecnologia um ponto de contato importante. E lembra que a forma de se processar as compras, na frente de caixa, tem passado por diversos aprimoramentos tecnológicos – desde o atendimento humano até os atendimentos autônomos.

Para quem ainda está nesse processo de transformação, Ana Paula faz algumas recomendações:

– Entenda que o código de barras como conhecemos hoje está finalizando a sua jornada. Sua transformação em código bidimensional, ou simplesmente código 2D exige preparação e testes até que toda cadeia esteja 100% adaptada para essa transformação; 

– Essa mudança é importante para empresas de todos os portes;

– Encontre parceiros com soluções adequadas e entenda os casos de uso, a possibilidade de comprar novos equipamentos e soluções de software. Várias perguntas irão surgir ao iniciar um projeto de QR Code que mostre tecnicamente o que é necessário e o que cada empresa deseja alcançar;

– Lembre-se de que o QR Code não é uma ferramenta de marketing e seu uso, assim como suas metas,  devem ser pensadas caso a caso, considerando toda a cadeia de suprimentos. A vantagem do código 2D é que ele pode incluir vários casos de uso no mesmo código.

– Para varejistas que trabalham em rede é recomendado primeiro escolher uma loja piloto para implementação e acompanhamento. O segundo passo é uma conversa com os provedores de soluções para preparar o sistema atual para receber uma quantidade maior de informações.

– A seguir, é importante fazer a aquisição de novas balanças e leitores adaptados para imprimir e ler esses códigos, seguindo o novo padrão mundial. Por fim, é preciso avaliar em quais produtos são gerados códigos 2D no local, para realizar um estudo de posição de etiqueta e até a mudança nas embalagens.

Fonte: Diário do Comércio – Imagem: Freepik

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