As empresas que enxergam o ambiente digital apenas como uma extensão das operações do mundo físico ou como forma de ampliar as vendas não estão utilizando, de fato, todas as potencialidades da esfera virtual. A principal delas, inclusive, é a possibilidade de conectar verdadeiramente as marcas aos clientes, de acordo com Daniela Weitmann, chefe do Departamento Digital da DLL, empresa holandesa do ramo financeiro.
Em entrevista ao UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP, a executiva afirma que os empreendedores devem buscar ter “consistência de marca no mundo híbrido”, isto é, “o digital e o face a face”.
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Segundo Daniela, é preciso “entender a motivação do consumidor e como se conectar com ele de forma genuína”, não se limitando às operações de compra e venda.
“O truque, independentemente da indústria em que se atue, está em entender que estamos em uma economia de experiência”, pontua Daniela. “Todo mundo quer poder pesquisar a qualquer momento o produto, o serviço ou a compra que vai fazer. E, depois, escolher quais são os momentos em que gostaria de fazer isso no mundo face a face”, acrescenta.
Na entrevista, que faz parte da série UM BRASIL e BRASA EuroLeads – um novo olhar sobre o Brasil, com apoio da Revista Problemas Brasileiros (PB), a executiva de negócios salienta que a digitalização promoveu transparência às relações de consumo. Além disso, de acordo com ela, as empresas de sucesso são aquelas que “conseguem construir laços de conexão” com a vida do cliente.
“O que o mundo digital traz? Transparência. Transparência de preço, de arquitetura de negócio, de acesso, de casos sociais, de preocupação com a sustentabilidade… O mundo digital é muito mais do que simplesmente um processo de venda”, reforça.
Diversidade na liderança
Com experiência em diversas marcas internacionais, Daniela, quando atuou em uma das líderes de mercado de produtos esportivos, fundou a Associação de Mulheres da Nike, com o objetivo de ampliar o acesso de mulheres a cargos de gestão.
No entanto, na visão dela, o incentivo à diversidade no ambiente corporativo não está ocorrendo na velocidade ideal, mas, ao mesmo tempo, diz que “não podemos tirar de nós mesmos a responsabilidade de conduzir esta mudança”.
“Acho que existe uma consciência geral de que tem que mudar não só a participação de gênero, mas a racial e a de estilos de liderança. Muitas vezes, vemos somente pessoas extremamente extrovertidas na liderança, não vemos introvertidos em cargos de destaque. Então, acho que existe uma consciência geral de que isso tem de mudar”, declara.
Fonte: FecomercioSP (www.fecomercio.com.br/um-brasil/materias/mais-do-que-vendas-mundo-digital-permite-que-empresas-criem-lacos-com-consumidores)