Dirigimos o primeiro carro 100% desenvolvido pela Jeep no Brasil: o SUV de 7 lugares surpreende na versão turboflex (VITOR MATSUBARA, AB)
O Compass foi o grande responsável por aquecer o segmento de SUVs médios no Brasil. Lançado em 2016, o modelo chegou a ter 70% de participação nessa fatia de mercado e forçou a concorrência a se mexer. Esse é o filme que a Jeep espera repetir com o Commander, que estreia com a missão de liderar e ampliar uma categoria em ascensão: a dos utilitários esportivos grandes, de sete lugares. Desenvolvido inteiramente no País sobre a plataforma Small Wide do Grupo Stellantis, o Commander é o primeiro modelo 100% brasileiro da Jeep.
Maior e mais sofisticado SUV já desenvolvido e produzido no Brasil, o Commander tem apenas duas versões, Limited e Overland, ambas completas e sem custos extras para os poucos opcionais – o cliente pode escolher cinco cores externas e duas colorações do couro do revestimento de bancos, portas e painel na cabine. O novo Jeep oferece as mesmas duas opções de motorização do Compass no País: T270 turboflex (185 cv/180 cv e 27,5 kgfm) e T380 turbodiesel (170 cv e 38,7 kgfm). Os preços do Commander Limited são de R$ 199.990 (flex) e R$ 259.990 (diesel) e o Overland sai por R$ 219.990 (flex) e R$ 279.990 (diesel).
A produção na fábrica de Goiana (PE) já começou, mas as primeiras unidades só serão faturadas no fim de outubro. Os primeiros 500 compradores, que a partir desta quinta-feira, 26, podem fazer um depósito de R$ 5 mil para encomendar o Commander, têm garantia de receber o carro nos primeiros dias de novembro. Os demais vão ter de esperar mais devido às limitações produtivas da planta pernambucana, que segue trabalhando em três turnos, mas tem muitas encomendas a atender dos demais modelos fabricados lá (os Jeep Compass e Renegade e a picape VFiat Toro) e também sofre com a falta de componentes eletrônicos que afeta toda a indústria no momento.
COMO ANDA O COMMANDER TURBOFLEX
Automotive Business dirigiu o novo modelo da Jeep no Circuito dos Cristais, localizado em Curvelo (MG). Depois do primeiro contato no autódromo, que também serve de pista de testes para os futuros carros da Stellantis, concluímos que o Commander tem totais condições de se tornar o campeão de vendas da categoria.
Destaque para o ótimo desempenho do motor 1.3 turboflex, que rende até 185 cv com etanol. Assim como no Compass, o conjunto esbanja fôlego nas acelerações e retomadas, mesmo em um carro de 1.685 kg. Segundo medições da Jeep, o Commander acelera de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos e atinge a velocidade máxima de 202 km/h. Se o SUV estiver com gasolina no tanque, os números caem para 10,4 segundos e 200 km/h, respectivamente.
Parte do mérito vai para o entrosamento com o câmbio automático Aisin de seis marchas, que é bem escalonado e esperto. Surpreende também a boa calibragem da suspensão, que é firme e impede que a carroceria incline excessivamente nas curvas – algo pouco usual para um SUV (que já tem o centro de gravidade mais alto) de grandes dimensões como o Commander.
A tocada, inclusive, pode até ser um pouco esportiva, ainda que o Commander tenha nascido para a pacata vida familiar e não para fazer tempo em autódromo. As versões flex contam com controle eletrônico de estabilidade (ESC) e o sistema Traction Control Plus, uma variação do controle de tração que ajuda o Commander 4×2 a sair de obstáculos leves fora do asfalto.
E COMO ANDA O COMMANDER DIESEL
Caso você prefira enfiar o carro na terra sem dó, as versões movidas a diesel com câmbio automático ZF de nove marchas são ideais. A tração nas quatro rodas tem reduzida e três modos de ajustes para diferentes terrenos (Sand/Mud, Snow e Auto). Também está disponível o sistema Jeep de assistência do controle de velocidade em descidas.
Apesar de ter mantido os mesmos 170 cv do motor diesel já usado em versões do Compass, Rebegade e Toro, o propulsor passou por melhorias como uma nova calibração, novo volante do motor, novo conversor de torque, nova turbina e teve a curva de pedal aprimorada. O resultado de tudo isso se reflete em ganho no torque máximo, que é de 38,7 kgfm – ante os 35,7 kgfm anteriores. O incremento aconteceu para evitar que o Commander tivesse o desempenho afetado, já que ele é mais pesado do que as versões turboflex: são 1.885 kg.
O propulsor diesel já é ajustado para as normas de emissões europeias Euro 6, equivalente ao Proconve L7 que entre em vigor em 2022. Por isso, é equipado com um sistema de pós-tratamento de gases de escape (SCR), que reduz a emissão de gases poluentes. O catalisador funciona com injeção de solução de ureia Arla 32, cujo reservatório cheio garante autonomia estimada de 10 mil km.
DESIGN É MODERNO E SOBRA ESPAÇO
Muita gente dizia que o Commander seria apenas um Compass de sete lugares. Mas não é assim. As dimensões são muito mais generosas (4,77 m de comprimento, 1,86 de largura e 1,70 de altura) do que o irmão menor de plataforma, e o design tem personalidade própria. Na frente, faróis e para-choque são bem diferentes do SUV menor. Atrás, o lançamento tem lanternas mais retangulares e um recorte reto na tampa do porta-malas para abrir espaço na terceira fileira de bancos.
Espaço, aliás, é o que não falta na cabine alojada na ampla distância entre-eixos de quase 2,8 metros. A segunda fileira de bancos pode ser deslizada para frente ou para trás, ampliando o espaço para passageiros ou bagagem.
O acesso à terceira fileira é feito puxando uma alavanca. Lá atrás, de acordo com a Jeep, dois adultos com até 1,80 metro de altura viajam com conforto na fileira extra, cujos bancos podem ser rebatidos facilmente para ampliar o tamanho do porta-malas. E falando nisso, são 1.760 litros para bagagens com todos os bancos rebaixados, 661 litros na configuração com cinco ocupantes e 233 litros com os sete assentos levantados.
TIGGO 8, TIGUAN E OUTLANDER SÃO RIVAIS, MAS SW4 ESTÁ NA MIRA
A Jeep nomeou Volkswagen Tiguan Allspace e Mitsubishi Outlander como principais rivais do Commander. Existem, porém, outros modelos que têm dimensões e propostas parecidas para bater de frente com o novo SUV, como Chevrolet Trailblazer, Caoa Chery Tiggo 8, Mercedes-Benz GLB e Land Rover Discovery Sport.
Embora não tenham citado anteriormente, os executivos admitiram que o Toyota SW4 também é um forte (e talvez principal) concorrente. “Ele é o atual líder de mercado [no segmento D-SUV, com 7,3 mil unidades vendidas de janeiro a julho], e como nós pretendemos chegar ao primeiro lugar, é natural que ele também concorra conosco”, disse Alexandre Aquino, responsável pela marca Jeep na América do Sul.
O painel bem-acabado do Commander abriga a central multimídia com tela tátil de 10,1 polegadas e quadro de instrumentos digital
VERSÕES, PREÇOS E ITENS DE SÉRIE DO JEEP COMMANDER
• JEEP COMMANDER LIMITED: R$ 199.990 (T270 turboflex 4×2) / R$ 259.990 (T380 turbodiesel 4×4)
Itens de série: • 7 airbags • controle de cruzeiro adaptativo (ACC) • alerta de colisão com frenagem automática • detecção de ponto cego e de tráfego cruzado • alerta de mudança de faixa • frenagem de emergência para pedestres, ciclistas ou motociclistas • sensor de fadiga • leitura de placas de velocidade • comutação automática de faróis • sistema de estacionamento semiautônomo (park assist) • controles de estabilidade e de tração (com função Traction Control Plus na motorização turboflex) • tração nas quatro rodas com reduzida (na versão turbodiesel) • controle de velocidade em descidas (apenas na versão 4×4 turbodiesel) • faróis full LED • rodas de liga leve de 18 polegadas • bancos, portas e painel revestidos em couro e suede preto (ou cinza opcional) • quadro de instrumentos digital com tela de 10,25 polegadas • central multimídia UConnect com tela tátil de 10,1 polegadas integrada à plataforma Adventure Intelligence e espelhamento sem fio para smartphones • carregador de celular por indução • destravamento das portas sem chave • partida do motor por botão • bancos dianteiros com ajustes elétricos • abertura elétrica do porta-malas.• JEEP COMMANDER OVERLAND: R$ 219.990 (T270 turboflex) / R$ 279.990 (T380 turbodiesel)
Itens de série (acrescenta ou substitui em relação à versão Limited): • rodas de liga leve de 19 polegadas • bancos revestidos em couro e suede marrom (ou cinza opcional) • teto solar panorâmico • sistema de som premium Harman Kardon de 450 W com nove altofalantes • banco do passageiro com ajustes elétricos • porta-malas com sensor de presença • tomadas de 127 V • plataforma Adventure Intelligence Plus com Alexa in Vehicle • detalhes inferiores na cor da carroceria (apenas na versão turbodiesel).
Fonte: Automotive Business