Por Ana Paula Machado
A General Motors do Brasil deve manter a sua estratégia global de eletrificação no mercado brasileiro, pelo menos por enquanto. O vice-presidente da companhia, Fabio Rua, disse que os próximos investimentos que a montadora vai anunciar em 2024 já devem contemplar recursos para a produção de modelos elétricos no país.
No ciclo atual a empresa, anunciado em 2019, a empresa está aplicando R$ 10 bilhões, recursos que devem durar até 2025.
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“Temos uma meta de, em 2035, produzirmos somente carros elétricos no mundo e o Brasil está dentro disso. Hoje, não temos projetos em híbridos no país, mas não quer dizer que não estamos avaliando, enquanto estamos neste momento de transição para o elétrico puro”, afirmou o executivo.
“Mas, o que podemos dizer é que nossos carros, mesmo a combustão, serão mais eficientes do ponto de vista energético”, garantiu Rua.
Atualmente, no portfólio da montadora no mercado brasileiro, há dois carros puramente elétricos Bolt EV e Bolt EUV. Para o próximo ano, segundo o executivo, já estão confirmados os lançamentos do Blazer e do Equinox elétricos.
Debate polarizado em relação à descarbonização
“A nossa joint venture na China, com a SAIC, faz testes com modelos híbridos, mas isso não significa que serão trazidos para o Brasil”, afirmou Rua.
Segundo ele, atualmente, o debate da eletrificação no Brasil está polarizado, com pessoas defendendo o elétrico e outras tecnologias e o que deve partir do governo em termos de política pública para definir quais soluções devem conviver no país.
“Hoje, o discurso está muito centrado no ‘ou’ e tem que ir para o ‘e’. Temos espaço para todas as tecnologias no mercado brasileiro. Mas, para isso, o governo precisa de uma visão inclusiva e de uma política pública de eletrificação”, ressaltou o executivo.
Para o vice-presidente da GM, hoje o governo tem uma visão mais pró-descarbonização, pois, o país está interessado em atrair mais investimentos nesta área.
“O governo está emitindo sinais claros de que vai apoiar a descarbonização das frotas no país. E isso não passa, na minha visão, por incentivos, e sim por políticas.”