Hoje, apenas veículos com motores híbridos ou movidos a biometano são contemplados na esfera estadual em medidas de fomento
Por Bruno de Oliveira
O governo de São Paulo sinaliza para a concessão de incentivos que podem beneficiar montadoras de veículos instaladas no Estado.
O governador Tarcísio Freitas afirmou na quinta-feira, dia 31, durante um evento da Toyota em Sorocaba (SP), que o Estado estuda incentivos além dos já propostos pela atual gestão.
SAIBA MAIS:
– Governo de São Paulo negocia produção da Tata Motors
– Governo de SP acena com pagamento de créditos tributários às montadoras
Tramita na Assembleia Legislativa um projeto de lei de autoria do governador que sugere a isenção do pagamento do IPVA para modelos híbridos, movidos a biometano ou hidrogênio.
Caso a lei seja aprovada, as empresas que já produzem no estado algum dos veículos citados serão beneficiadas.
Com a possibilidade de concessão de mais incentivos, ou mesmo sua extensão para outros segmentos, como veículos elétricos, outras montadoras também poderiam ser contempladas, desde que iniciem a produção desses modelos no Estado.
Esse é o caso da GWM, por exemplo, que já possui fábrica em Iracemápolis (SP) e deve começar a produção CKD de modelos elétricos já no próximo ano.
“A gente sempre vai incentivar à medida que os investimentos venham para estimular a cadeia e novos produtos. Vamos estimular aquilo que é produzido no Estado de São Paulo. Estamos oferecendo outros incentivos em termos de ICMS para que possamos implantar novas cadeias produtivas aqui”, declarou o governador.
Atrelar os incentivos à produção local agrada algumas montadoras, enquanto outras mostram resistência.
Em um evento que marcou o anúncio de investimentos da General Motors no país, interlocutores da empresa afirmaram à reportagem, em off, que esse tipo de critério prejudicaria o processo de descarbonização do Estado como um todo.
Essas fontes argumentam que tal medida poderia desequilibrar a concorrência, uma vez que, segundo elas, o mercado local ainda não possui volumes suficientes para justificar a produção local de veículos elétricos.
Com o anúncio da produção de um modelo híbrido no país, os veículos da GM, no entanto, podem passar a integrar a lista dos possíveis beneficiados pela isenção de IPVA no estado.
Por outro lado, há empresas que investem na importação de veículos elétricos ou mantêm a produção em outros estados, como a Ford e a BYD, respectivamente. Essas estratégias, portanto, deixam essas empresas fora do incentivo que poderá ser concedido pelo maior mercado consumidor do país.
Mas, para essas marcas, nem tudo está perdido. Afinal, a prefeitura da cidade já isenta do IPVA os modelos elétricos, o que é um benefício, ainda que limitado.
Fonte: Automotive Business
