Por André Barros
O índice de atrasos nos pagamentos de financiamentos de veículos 0 KM superiores a noventa dias por pessoas físicas voltou a crescer em maio, alcançando o maior patamar desde dezembro de 2023. Segundo dados divulgados pelo Banco Central do Brasil a inadimplência do setor alcançou 5,2%, aumento de 0,3 ponto porcentual com relação a abril.

Na comparação com maio de 2024 a inadimplência avançou 0,4 pp. Desde o início do ano o crescimento é de 1 ponto porcentual.
Em contrapartida a taxa média de juros recuou, segundo o BC. Em maio alcançou 27,6% nos financiamentos de veículos 0 KM por pessoas físicas, menor resultado desde dezembro.

Ficou, entretanto, 2,1 pontos porcentuais superior à taxa média praticada em maio do ano passado, o que torna mais cara a aquisição de veículos financiados e, por consequência, provoca uma menor demanda por crédito.
Anef vê crédito mais difícil
O presidente da Anef, Enílson Sales, disse que a projeção de liberação de crédito para 2025 será negativa na comparação com o ano passado, já revendo a expectativa inicial, divulgada em janeiro, de expansão de 8,5%.
Fatores como maior restrição no crédito e o que chamou de “volatilidade tributária”, ao citar as incertezas com relação à IOF, com a possibilidade de judicialização da decisão do Congresso por parte do governo, têm sido entraves para a recuperação do setor.
“O vai e vem nas discussões sobre o imposto tem preocupado o setor automotivo. A instabilidade fiscal gerada por incertezas em torno do IOF afasta o mercado e dificulta o planejamento. Negócios que dependem de financiamento precisam de previsibilidade. O atual cenário de indefinição é muito prejudicial à tomada de decisão de consumidores e empresas.”
Segundo ele o potencial de crescimento está no segmento de usados e seminovos: “Apesar do cenário adverso o setor automotivo segue atento a oportunidades de movimentação, com foco em eficiência, digitalização e aproximação com o consumidor final, principalmente por meio do mercado de seminovos e usados, que se mantêm resilientes”.
Fonte: AutoData