Por Alzira Rodrigues
Apesar da expectativa de redução do déficit comercal este ano, a indústria de autopeças começou o ano com forte alta das importações, atingindo US$ 2 bilhões em janeiro ante total de US$ 1,6 bilhão do primeiro mês de 2024.
“Um crescimento substancial de 22,6%”, como destaca o próprio Sindipeças em seu relatório de janeiro da balança comercial. A China segue tendo grande peso nesse quadro de aceleração das importações que já dura meses.
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As compras de autopeças chineses alcançaram US$ 408,9 bilhões em janeiro, evolução de 39,3% sobre os US$ 293,5 bilhões de idêntico mês do ano passado. No ranking das importações, a participação da China é de 20%. Os Estados Unidos vêm na sequência, com fatia de 10% – US$ 203 milhões em janeiro, alta de 19% no comparativo interanual.
As exportações também cresceram em janeiro, mas em índice irrelevante de 1,3%. Atingiram US$ 568,7 milhões, valor que ficou 13,1% abaixo da média das exportações de 2024. Com isso, o déficit comercial no mês foi de US$ 1,4 bilhão, expansão de 33,8% em comparação ao saldo negativo de um ano atrás.
Avaliações Sindipeças
As vendas para a Argentina, principal mercado, foram da ordem de US$ 208,1 milhões, um crescimento de 26,9% sobre janeiro de 2024.
“O crescimento das exportações no primeiro mês do ano reflete, a nosso juízo, leve melhora na competitividade (câmbio desvalorizado) e na demanda por componentes no exterior, especialmente em razão do cenário econômico mais estável na Argentina”, avalia o Sindipeças.
Apesar dos números de janeiro, a entidade segue acreditando que com a desaceleração da atividade econômica, juros elevados e Real desvalorizado, as importações de componentes devem recuar ao longo do ano e as exportações cresceram a partir da conquista de novos mercados.
Em seu relatório da balança comercial, o Sindipeças destaca o contexto internacional deste início de 2025, que mostra-se frontalmente distinto do que fora observado em anos anteriores em função das medidas anunciadas após a posse do presidente Donald Trump, embasadas no acirramento do protecionismo/elevação de tarifas, perseguição aos migrantes ilegais e reversão dos cânones da política externa americana sinalizam que os riscos devem se intensificar.
“Embora ameaças concretas despontem no horizonte, seria leviano ignorar que oportunidades surgirão. A leitura correta do momento e de seus desdobramentos serão essenciais para que as nações operem suas relações comerciais com relativo êxito nos próximos anos”, avalia o Sindipeças.
Fonte: AutoIndústria – Foto: Divulgação