Saldo negativo chega a US$ 11,1 bilhões até outubro, com alta de 34% em relação a 2023
Por Alzira Rodrigues
A indústria de autopeças não conseguiu reverter ao longo de 2024 o quadro de exportaçẽos em baixa e importações em alta. Com isso, o déficit comercial até outubro chega a US$ 11,1 bilhões, valor 34,1% superior ao dos mesmos dez meses 2023.
As vendas para o exterior encolheram 15,1% no comparativo interanual, baixando de US$ 7,7 bilhões para US$ 6,5 bilhões. Em contrapartida, as importaçẽos deram um salto de 10,4%, de US$ 16 bilhões para US$ 17,7 bilhões no ano, conforme dados recém atualizados no site do Sindipeças.
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No caso das importações, a China tem participação de 18,2% este ano, com total de US$ 3,2 bilhões enviados em componentes automotivos de janeiro a outubro, expansão de expressivos 28,2% sobre os US$ 2,5 bilhões enviados no mesmo período de 2023.
É o maior índice de alta entre os cinco países que atendem o Brasil nesse setor. As compras nos Estados Unidos atingiram US$ 1,9 bilhão, com queda de 10,7%, enquanto no caso da Alemanha houve acréscimo de 9,2%, para US$ 1,6 bilhão. As compras no Japão cresceram 7,7%, para US$ 1,46 bilhão (veja tabelas abaixo).
Com o início de produção de marcas chineses como a BYD e GWM por aqui a partir do início do ano que vem, a tendência num primeiro momento é a de as importaçẽos de componentes do país asiátivo crescer ainda mais em 2025.
Mais para frente, segundo já comentou o presidente do Sindipeças, Cláudio Sahad, fornecedores da China poderão investir em produção local, revertendo em parte o quadro atual.
O Sindipeças informa que em outubro as exportações caíram 8,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, enquanto as importações evoluíram 10,4% no mesmo comparativo.
“Apesar da breve recuperação das exportações em meados do ano, em outubro foi retomado o comportamento verificado no primeiro semestre. Ainda que o movimento externo não seja o ideal para o cenário doméstico, muito do observado está atrelado à boa performance da produção e das vendas no mercado interno”, avalia o Sindipeças, lembrando que as altas são de, respectivamente 7,4% e 15%.
Com relação às exportações, a Argentina segue como principal destino das vendas de autopeças brasileiras – participação de 34,3% -, mas com desempenho negativo este ano. A queda é de 22,2% até outubro, de US$ 2,87 bilhões para US$ 2,24 bilhões.
EXPORTAÇÔES DE AUTOPEÇAS ATÈ OUTUBRO
País US$ 2023 US$ 2023 Var. % Part.%
1. ARGENTINA 2.237.804.919 2.877.675.774 -22,2 34,3
2 EUA 1.128.472.559 1.156.929.222 -2,5 17,3
3 MÉXICO 773.515.509 757.126.629 2,2 11,8
4 ALEMANHA 347.725.640 520.766.253 -33,2 5,3
5 CHILE 200.040.131 186.561.661 7,2 3,1
IMPORTAÇÕES DE AUTOPEÇAS ATÈ OUTUBRO
País US$ 2023 US$ 2023 Var. % Part.%
1 CHINA 3.207.599.937 2.500.243.874 28,3 18,2
2 EUA 1.896.448.369 2.041.056.142 -7,1 10,7
3 ALEMANHA 1.622.442.844 1.560.550.588 4,0 9,2
4 JAPÃO 1.460.572.844 1.356.415.903 7,7 8,3
5 MÉXICO 1.298.171.647 1.178.234.755 10,2 7,4
Fonte: AutoIndústria