A Peugeot quer voltar aos áureos tempos no Brasil. A marca francesa, que já teve quase 5% de participação no mercado brasileiro na primeira década deste século, quer retomar uma fatia significativa de vendas no Brasil. Para isso, sabe que precisa não só aumentar, como diversificar o portfólio. O que passa por modelos híbridos flex.
Durante o lançamento do Peugeot e-2008, versão 100% elétrica do crossover compacto, o vice-presidente da Peugeot América do Sul, Felipe Daemon, confirmou à reportagem de Automotive Business que a fabricante já estuda trabalhar essa frente de eletrificação.
“As soluções desta transição energética são diversas. Acreditamos muito na hibridização de produtos movidos a etanol, que faz sentido por toda a eficiência energética do etanol. Isso vinculado a uma motorização híbrida tem potencial muito grande no mercado. Estamos totalmente inseridos nisso e temos planos de trabalhar no futuro com produtos a etanol híbridos”, disse o executivo.
Híbridos flex da Peugeot com motor 1.0 da Fiat
Segundo fontes ouvidas pela reportagem, algumas frentes de hibridização estão em estudos avançados. Desde o chamado híbrido-leve, com uso de uma bateria de 48V que funciona como um gerador, até híbridos plenos e plug-in.
Na mesa também estão todos os motores disponíveis no Grupo Stellantis. Mas o conjunto que deve liderar os híbridos flex da Peugeot são os da linha turbo GSE de origem Fiat, os mesmos que já equipam os SUVs Pulse e Fastback.
Além disso, a montadora já vê Porto Real (RJ) como a unidade para a produção dos primeiros veículos híbridos flex da Peugeot. A empresa, inclusive já está em negociações com o governo do Estado do Rio sobre investimentos na fábrica onde atualmente são feitos o 2008 e os Citroën C3 e C4 Cactus.
Novo crossover e aumento de market share
Tais aportes também implicam em um novo produto que será feito na unidade fluminense. Trata-se de um SUV pequeno de entrada que ficará abaixo do 2008 e que é tratado na Europa como 1008.
Na agenda de lançamentos, a marca também prepara a picape média Landtrek montada no Uruguai e o 208 com motor turbo. Porém, oficialmente, a Peugeot só fala nos dois eletrificados que lançará no segundo semestre de 2023, um deles o 3008 híbrido plug-in.
A meta da empresa é manter o ritmo de crescimento de participação de mercado. A Peugeot, que ficava atrás da BMW em mix, após a consolidação do Grupo Stellantis viu sua participação saltar de menos de 1% para 2,2% – no acumulado de janeiro a outubro de 2022, automóveis e comerciais leves, segundo a Fenabrave.
“Estamos crescendo, principalmente no varejo. No último um ano e meio praticamente triplicamos nossa participação de mercado. Vamos crescer mais nos próximos anos e chegar a um market share de 3% a 4%”, aposta André Montalvão, vice-presidente de vendas da Peugeot.
Hoje, o principal carro vendido pela marca é o 208, que soma mais de 24 mil unidades nos 10 meses de 2022. Entre os comerciais leves, a linha Expert, com quase 4 mil unidades, é a vice-líder no segmento de vans/furgões, atrás apenas do Renault Master.
Ao mesmo tempo, a Peugeot mantém o trabalho de expansão da rede de concessionários. Em menos de dois anos, a marca passou de 91 pontos de venda para atuais 150 lojas. A meta até o fim de 2022 é chegar a 180 distribuidores.
Fonte: Automotive Business