Viver de aparências é sempre uma situação problemática. E isso também vale para as empresas que buscam passar uma falsa imagem de sustentabilidade, com o intuito de conquistar os clientes preocupados com o meio ambiente.
De forma geral, o greenwashing é o uso de imagens e palavras vagas, selos e certificados sem comprovação que passem a impressão errônea de serem “verdes”. Assim, alegações como “amigo do meio ambiente”, “earth friendly”, “sustentável”, “ecofriendly”, “ecológico”, entre outros, em rótulos e propagandas, devem ter comprovação.
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Felizmente, esta conduta tem sido percebida por consumidores e combatida pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), que divulgou os dados da pesquisa Mentira Verde em reunião, no dia 5 de agosto, do Conselho de Sustentabilidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
A análise – feita em 509 embalagens de produtos de higiene, limpeza e utilidade doméstica retiradas das prateleiras de cinco grandes redes varejistas do Rio de Janeiro e de São Paulo – constatou que 48% dos itens (243) praticam greenwashing, segundo relata Clauber Barão Leite, coordenador do estudo. Os campeões da lista foram desodorantes, sacos de lixo e xampus, seguidos por inseticidas, lava-roupas líquido e sabonete líquido.
“O apelo ambiental comove os consumidores, e algumas empresas têm procurado se alinhar a essa necessidade. Porém, certos negócios aproveitam esta busca por informações para fazer alegações inverídicas sobre os produtos. Claro que existem empresas sérias com a preocupação ambiental, mas tem aquelas que se declaram ‘verde’ sem ser, enganando os consumidores, e isso acaba contaminando os que levam a estratégia a sério”, relata Leite.
A pesquisa Mentira Verde também é tema da Revista Problemas Brasileiros (PB), publicação da FecomercioSP.
Transparência é o principal recurso
A FecomercioSP destaca a importância da transparência na relação entre marca e cliente. Sendo assim, mentir e induzir o comprador ao erro pode manchar a imagem do negócio, mesmo que uma conduta correta seja adotada depois.
Nesse sentido, José Goldemberg, presidente do Conselho de Sustentabilidade, enfatiza como seria benéfica uma maior fiscalização para o mercado. “A indústria farmacêutica, por exemplo, detalha de forma minuciosa as bulas, dando mais segurança e transparência ao consumidor. Obviamente, esse cuidado não se repete em outros setores. Se isso existisse, haveria maior proteção jurídica até para a própria empresa”, explica.
Tem dúvidas sobre sustentabilidade e ESG?
A sustentabilidade e as práticas ESG têm sido, cada vez mais, temas de referência na imprensa e nos debates da sociedade. Para saber mais sobre o assunto, procure a FecomercioSP. A Entidade conta com o Comitê ESG – órgão ligado ao seu Conselho de Sustentabilidade, voltado a discussões sobre legislação, riscos e oportunidades de acordo com os aspectos da sigla (ambiental, social e governança). Neste espaço, as empresas compartilham experiências e obtêm apoio na adoção da agenda ESG.
Fonte: FecomercioSP