Por Victor Bianchin
O iFood, empresa brasileira de entrega de comida, anunciou uma parceria com a gestora YvY Capital, para fabricar e comercializar até 600 mil motos elétricas por ano até 2035.
Os recursos serão disponibilizados por meio de um fundo, chamado FIP YvY Fábrica de Negócios, que receberá aporte inicial de US$ 7,5 milhões (R$ 45,5 milhões) do iFood.
Como funciona o fundo do iFood para motos elétricas
O iFood é o primeiro “investidor âncora” nesta estratégia com motos elétricas. No total, a Classe E2Ws do fundo, voltada a veículos elétricos de duas rodas, pretende levantar US$ 50 milhões (R$ 302 milhões) com outros investidores.
Na soma de todas as classes, o fundo tem ambição de movimentar US$ 1 bilhão (R$ 6 bilhões) em novos investimentos.
De acordo com comunicado oficial, o fundo promete acelerar o desenvolvimento da eletromobilidade no Brasil com apoio à estruturação de projetos de plantas industriais e o desenvolvimento de startups.
Desta forma, para a Classe E2Ws, o FIP YvY pretende atrair investidores corporativos e financeiros interessados em investir em um ecossistema com fabricantes de baterias, de motores e de motos, infraestrutura de recarga, geradores e comercializadores de energia, empresas de delivery e mobilidade e bancos, entre outros.
O fundo vai estruturar projetos até a fase de FID (Final Investment Decision). O retorno financeiro virá com a devolução dos seus investimentos por meio da venda dos projetos estruturados (FID) e das startups investidas.
Outros possíveis benefícios para os investidores são a ampliação da oferta de produtos e serviços, a descarbonização das atividades e a compra de novos ativos e negócios.
Com motos elétricas, entregadores do iFood podem aumentar ganhos
Segundo Bruno Aranha, fundador e CVO da Yvy Capital, a adoção das motos elétricas pode representar um aumento de até 40% na renda dos entregadores do iFood.
“Haverá uma demanda importante para a energia renovável brasileira e para a expansão do ecossistema de empreendedorismo e startups. A plataforma se propõe a atrair e canalizar recursos financeiros e propriedade intelectual, nacionais e internacionais, focados na agenda de transição energética no país”, declarou ele.
O iFood reúne mais de 360 mil entregadores ativos em sua plataforma e tem investido na eletromobilidade já há alguns anos. Em 2020, lançou o iFood Pedal, programa em parceria com a Tembici que oferecia bicicletas elétricas para entregadores por meio de aluguel subsidiado.
Em 2021, lançou o iFood Elétrico, em parceria com empresas como Voltz e Movida, que oferecia condições facilitadas de compra e aluguel. A empresa também já ofereceu subsídios para entregadores que usam veículos elétricos.
“A eletromobilidade na logística de última milha não é apenas uma tendência, é uma necessidade estratégica para empresas que querem se manter competitivas e sustentáveis”, afirmou Renata Torres, diretora de logística sustentável e soluções de impacto do iFood.
Segundo a executiva, as motos a combustão representam 53% das emissões poluentes em operações urbanas de última milha.
“Já as motos elétricas, além de eliminarem as emissões de carbono, reduzem os custos operacionais com combustível e manutenção na proporção de 30% a 60%, levando a uma logística mais eficiente. E também aumentam os ganhos dos entregadores. Esse cenário gera mais demanda”, ponderou.
Fonte: Automotive Business