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Fornecedores de peças ainda se preocupam com volumes e baterias

No Up Next, fabricantes de componentes para veículos elétricos analisaram o cenário atual do ecossistema automotivo
Por Bruno de Oliveira

Com o aumento da presença de veículos eletrificados na frota nacional do país, cresceu também o número de pedidos por componentes que formam esse tipo de powertrain na cadeia local de fornecedores.

Ainda que a maior parcela desses veículos seja importada, as demandas das montadoras locais têm evoluído. E, portanto, proporcionado volumes interssantes aos fabricantes de peças.


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Contudo, para que esse volume cresça ainda mais, algumas perguntas a respeito do futuro dos elétricos e híbridos no país precisam ser respondidas para balizar o planejamento das empresas.

“Ainda vivemos o dilema. A produção local é baixa e ainda temos dúvidas sobre qual tecnologia de motor vai prevalescer”, disse Clóvis Antonicelli, presidente da área eletrified motion da Bosch.

“Os materiais que serão aplicados nos veículos já estão definidos, falta saber o tipo de combinação de equipamento que será requisitada. E a localização da produção de componentes depende dessas informações que ainda não temos”, completou.

O executivo participou do painel “O que é o novo ecossistema automotivo”, que integrou a programação do evento Up Next, realizado por Automotive Business na sexta-feira, 24, em São Paulo (SP).

Investimento em engenharia local

Outro executivo que seguiu a linha de que ainda é preciso criar um ambiente mais claro a respeito das tecnologias para motores foi Marcelo Rezende, diretor de sistemas de baterias da Borgwarner.

“A evolução neste mercado é muito rápida. Precisamos ainda observar um pouco mais para onde o mercado está indo em termos de tecnologia para poder traçar uma estratégia mais assertiva. Por ora, entendemos que a eletrificação hoje é mais clara em termos de caminhos no segmento de transporte de carga e passageiros”, comentou Rezende.

Enquanto espera por mais volumes, os fornecedores desse novo ecossistema automotivo trabalham para fortalecer o seu corpo local de engenharia, no sentido de se prepararem para um futuro que se avizinha.

“O Brasil hoje é uma ilha com arquiteturas [eletrônicas veiculares] específicas que justificam uma produção local. Como o nosso custo de engenharia é competitivo, acho que não participaremos de um desenvolvimento completo no âmbito global, mas teremos participação relevante em projetos de infraestrutura”, disse Ricardo Rodrigues, diretor de veículos comerciais da Continental.

Os três executivos que participaram do evento apontaram a produção de bateria como o principal gargalo para a indústria local de componentes.

“Ainda precisamos desenvolver uma cadeia maior e investir ainda mais para sanar esse entrave”, comentou Marcelo Rezende, da Borgwarner.

Fonte: Automotive Business

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