Após ter caminhado de lado desde agosto, o fluxo de visitação em lojas de shopping apresentou bom desempenho em dezembro de 2021, avançando 12,2% ante igual mês de 2020, e fechando o ano com alta de 5,6%.
Na mesma linha, o fluxo de visitantes em shoppings no geral aumentou 12,9%, em média, na mesma base de comparação. O fôlego no último mês do ano, no entanto, não garantiu recuperação da normalidade: o varejo em lojas de shopping recebeu, em média, 40% menos visitantes em 2021 do que em 2019.
Os dados são da FX Data Intelligence e da F360°, investidas da HiPartners, Venture Capital focado em Retail Techs, e chancelados pela 4Intelligence e pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
O mapeamento também apresenta recortes regionais e por segmento. Na análise regional, a circulação de pessoas em lojas físicas recuou 6,2%, e apenas na região Sul o crescimento no fluxo de visitação foi positivo (4,1%), sendo, onde houve maior impulso nas lojas de shopping (68,0%).
Na leitura por segmento, vestuário destacou-se de forma positiva em dezembro, com avanço na visitação a estabelecimentos de moda (25,1%) e dos calçados (9,7%), comparado a igual mês de 2021, seguidos pelo segmento de beleza (9,4%), bastante procurados no período natalino. Em 2021, apenas ótica apresenta crescimento (2,0%), com destaque negativo para lojas de departamento (-25,6%).
O estudo ainda reúne informações específicas do mercado de shopping centers, como faturamento, quantidade de centros de compras e de lojas, geração de empregos, entre outros indicadores. O objetivo é, a partir do cruzamento destes dados, oferecer insights para os varejistas apoiarem suas estratégias de negócio.
Enquanto em 2020 observou-se a retomada das compras presenciais em estabelecimentos sem aglomeração, agora, com o avanço da vacinação, o shopping ganhou força como importante opção de lazer, afirma Eduardo Terra, presidente da SBVC. “Sem esquecer da digitalização do consumidor, que cada vez mais cresce como forma de decisão de compra. Terão vantagem empresas que interagirem com seus clientes usando ferramentas do mundo digital. ”
Para Flávia Pini, sócia da HiPartners Capital & Work, percebe-se que há uma desaceleração constante na queda enfrentada pelo índice desde junho. Mas, ainda que haja declínio, notado principalmente em relação às lojas situadas na rua, há crescimento em vendas, o que mostra que a taxa de conversão aumenta, destaca.
“Isso é um sinal de que o consumidor se mostra muito mais decidido a comprar ao escolher fazer isso numa loja física. É momento então de elevar cada vez mais a experiência para trabalhar o engajamento na jornada e, logo, aumentar o ticket médio”, conclui.
Fonte: Diário do Comércio – Foto: Estadão Conteúdo