Por Soraia Abreu Pedrozo
Otimista, a Fenabrave mantém, por ora, a projeção de que o mercado doméstico de automóveis e comerciais leves encerrará o ano com 2,6 milhões de unidades, 5% acima dos 2,4 milhões de 2024. No entanto, ainda que alcance este número e retome o patamar pré-pandemia de 2019, estará 28% aquém do recorde obtido em 2012, de 3,6 milhões de unidades – no ano passado a diferença chegou a 31,6%. Foi o que afirmou o presidente da entidade, Arcélio Junior, durante a abertura do Fórum AutoData Perspectivas Automóveis 2025.
“O principal fator que nos anima é a aprovação do marco legal das garantias, pois acreditamos que ampliará o apetite por crédito apesar dos juros altos, que só deverão começar a diminuir no ano que vem. E o segundo semestre sempre traz tendência maior de vendas do que o primeiro.”
O dirigente afirmou, ainda, que no meio do ano será feita uma revisão da perspectiva, e que, a depender do cenário, a Fenabrave poderá elevá-la um pouco para cima.
Outro fator positivo, em sua avaliação, é o programa nacional de renovação da frota de veículos. Em 2025 a entidade foi escolhida para encabeçar o grupo de trabalho que conta com o apoio do MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústrias, Comércio e Serviços, da Anfavea, do Sindipeças e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, dentre outros.
A primeira etapa contemplará caminhões, ônibus e implementos rodoviários, e ficarão para a segunda fase automóveis, comerciais leves e máquinas agrícolas: “Sabemos que é um projeto antigo, mas percebemos vontade política de tornar o programa permanente. É algo complexo e precisamos ir atrás de recursos financeiros, o BNDES deverá participar. Estamos acompanhando com lupa a fase de regulamentação”.

Para ele um bom começo seria a retomada da inspeção veicular, a fim de cuidar da segurança dos veículos que estão rodando hoje, assim como defende o Sindipeças, e a oferta de veículos de entrada também ajudaria a estimular o mercado: “Claro que se tivermos crédito mais acessível e, da mesma forma, automóveis mais acessíveis, as vendas crescerão. Mas desejamos que o programa seja permanente, com constância”.
Arcélio Junior pontuou ainda que, mesmo que o segmento de motocicletas continue em expansão e rume para o recorde de 2 milhões de emplacamentos em 2025, parte pela questão econômica do País e parte pelo maior uso do veículo para trabalhar, não reduzirá o potencial de automóveis e comerciais leves:
“No pós-pandemia houve aumento da demanda por delivery e a moto tornou-se uma segunda opção de locomoção das famílias. Mas não acredito que se a oferta de crédito melhorar a venda de motos diminuirá. Creio que deverá continuar crescendo, assim como a de automóveis”, afirmou o dirigente, ao complementar: “Toda crise passa e esta também passará. Nosso setor é resiliente”.
Fonte: AutoData