Falta de componentes eletrônicos faz produção de caminhões cair 30%


Acumulado do ano ficou abaixo das 44 mil unidades e passa a indicar queda de 5% (Por Mário Curcio, para AB)
Falta de componentes eletrônicos faz produção de caminhões cair 30%

A produção de caminhões em abril somou 9,5 mil unidades e registrou forte queda de quase 30% (exatos 29,9%) na comparação com março. O problema ocorreu não apenas pelo menor número de dias úteis (19, ante 22), mas também por causa da falta de componentes eletrônicos.

Como consequência, a produção no acumulado do ano passa a indicar queda de 5%, com 43,9 mil unidades, ante 46,2 mil no primeiro quadrimestre do ano passado. Vale dizer que no acumulado até o primeiro trimestre a produção ainda indicava uma ligeira alta de 3,9%. Os números foram divulgados na terça-feira, 10, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

“Os desafios que ainda teremos por algum tempo na cadeia de suprimentos, principalmente de semicondutores, também afetou a área de caminhões e ônibus e isso já ocorre desde o ano passado. Mas no mês de abril houve a coincidência de duas empresas que estenderam os dias sem produção por conta da falta de componentes, semicondutores e outras peças”, afirma o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini, referindo-se à Mercedes-Benz e à Scania. 

Segmento de pesados foi o pior

“Quando se olha o acumulado ele está um pouco abaixo de 2021, mas ainda foi possível acompanhar um pouco essa demanda e nossa expectativa é que haja melhoria a partir do segundo semestre”, diz Bonini. No início do ano a Anfavea previu crescimento de 8% no setor, o equivalente a 172 mil unidades.

A maior queda anotada na produção ocorreu com os modelos pesados (com Capacidade Máxima de Tração, CMT) acima de 45 toneladas. Foram 19,9 mil unidades montadas no quadrimestre. O número é 13,5% mais baixo que o de iguais meses de 2021. Estes são os modelos mais procurados e também mais dependentes dos componentes eletrônicos em falta. Já os semipesados (com CMT abaixo de 45 toneladas) somaram 14,3 mil unidades, o que aponta alta de 10,2% no período.

Queda próxima a 7% nas exportações

A exportação em abril somou exatos 1.984 caminhões e resultou em ligeira queda de 3,2% na comparação com março e o acumulado do ano mostra 6,7 mil unidades, com retração de 6,9% ante o primeiro quadrimestre de 2021. Como na produção, existe a possibilidade de recuperação dos embarques no segundo semestre.

O novo presidente da Anfavea, Marcio Leite, está confiante no crescimento do mercado chileno e nos negócios com a Colômbia como forma de compensar em parte a retração das vendas para a Argentina. A projeção divulgada no começo de 2022 também é de alta de 8%, o que resultaria em 24 mil caminhões exportados. Os modelos pesados continuam com a maior representatividade nos embarques, 3,5 mil unidades, crescimento de 7,1%.

Mercado interno sustenta alta por um fio: 1%

O mês de abril teve 9,4 mil caminhões licenciados e, com isso, registrou queda de 6,7% na comparação com março. A retração decorre do menor número de dias úteis. No entanto, a média diária de licenciamentos subiu 8,9%, de 457 para 494 caminhões.

O acumulado do ano teve 36,2 mil unidades, apenas 1% de vantagem na comparação com os primeiros quatro meses de 2021. O baixo crescimento decorre da dificuldade das montadoras para entregar os veículos em razão da falta de componentes.

Gustavo Bonini afirma que os principais destinos dos caminhões permanecem o agronegócio, a mineração, construção civil e comércio eletrônico. Os modelos pesados somaram 17,4 mil unidades no período, com pequena queda de 4,9% na comparação interanual. Mas permanecem como o segmento de maior volume. Na segunda colocação surgem os semipesados, com 9,9 mil emplacamentos e alta de 10,3%.

O maior crescimento no quadrimestre está com os caminhões médios (com Peso Bruto Total de 10 a 15 toneladas). Puxadas pelo comércio eletrônico, suas vendas cresceram 21,5% e somam 3,7 mil unidades no ano. Até o fim deste ano, a Anfavea estima 140 mil caminhões emplacados e crescimento de 8,8% sobre 2021.

Fenatran permanece em novembro deste ano

A despeito do que ocorreu com o São Paulo Motor Experience, novo nome do Salão do Automóvel que ocorreria em agosto, no Autódromo de Interlagos, e foi adiado para 2023, a Fenatran teve a realização mantida para entre os dias 7 e 11 de novembro de 2022, no São Paulo Expo.

Fonte: Automotive Business

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