A Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) apresentou novidades importantes na Lat.Bus, a maior feira do setor de ônibus da América Latina. A nova família Volksbus foi o centro das atenções, mas a eletrificação também mereceu destaque, inclusive a possibilidade de um futuro ônibus elétrico da marca.
Questionada sobre a possibilidade de desenvolvimento de um chassi com tecnologia zero combustão, a empresa revelou que o desenvolvimento do e-Delivery, primeiro caminhão nacional movido a eletricidade, pode dar uma vantagem para a empresa em relação aos rivais.
“Não seria fácil (fazer o projeto), mas é absolutamente viável. O e-Delivery foi conceituado para ser flexível, ou seja, capaz de atender todas as configurações de produto de sua categoria, entre seis e treze toneladas, mas os componentes nele utilizados podem atender outras famílias, como um Meteor ou Constellation, além de ônibus”, recomheceu Ricardo Alouche, vice-presidente de Vendas, Marketing e Serviços da VWCO, em entrevista à Automotive Business.
Sinergia da VWCO ajudaria no ônibus elétrico
O executivo deixou claro que a sinergia entre os produtos da VWCO ajudaria nesta viabilidade para o que seria o primeiro ônibus elétrico da marca. Afinal, o aproveitamento e compartilhamento de soluções e plataformas reduz custos, algo indispensável para a indústria – ainda mais no segmento de EVs.
– Quer saber mais sobre este assunto? Clique aqui e garanta a sua vaga no #ABX22 – Automotive Business Experience
“A tecnologia de veículos elétricos, especialmente em caminhões e ônibus, ainda é algo recente no mundo, e toda tecnologia precisa ter volume para pagar a conta. Então se a gente desenvolve vários produtos e um não conversa com o outro, os volumes acabam fracionados. É por isso que cada vez haverá sinergia e flexibilidade entre os produtos, aproveitando uma mesma tecnologia sempre que possível”, afirmou Alouche.
Menos poluente e sem pedal de embreagem
A maior atração da empresa foi a estreia da nova família Volksbus, com destaque para os modelos 11.180 S e 17.230 S. Além de trazer novas tecnologias, como a suspensão a ar, eles já estão em conformidade com as novas normas de emissões de poluentes, que começam a vigorar em 2023.
“Nós queríamos aproveitar os 30 anos do Volksbus e a entrada do Proconve P-8 a partir de janeiro para não lançar apenas um produto para atender a nova legislação. Então lançamos uma família completa de novos ônibus. Todos foram remodelados com novas opções de distância entre eixos para facilitar as configurações de diferentes cidades. Lançamos um novo conceito para levar conforto tanto para quem precisa sair de casa logo cedo para trabalhar quanto para o motorista, que muitas vezes passa horas ao volante”, declarou Alouche.
A fabricante também destacou a aplicação de transmissão automática, que é uma inovação nas categorias de 15 e 17 toneladas. Para o executivo da VWCO, o uso desse tipo de caixa deve se tornar cada vez mais frequente nos ônibus urbanos.
“Essa é uma grande novidade e isso vai fazer história. Tenho certeza que em muito breve grande parte dos ônibus urbanos serão automáticos. Então, estamos lançando uma tendência para as cidades. E também estamos lançando a suspensão a ar, que também acredito que se tornará uma tendência, inclusive com presença em futuros editais”, afirmou o executivo.
Cenários incomuns nas vendas e exportações
Atualmente, a VWCO vive uma situação atípica no mercado de ônibus. Isso porque as vendas dos principais segmentos estão divididas desde a pandemia.
“Hoje a divisão está com um quarto do mercado para cada segmento, incluindo microônibus, ônibus urbanos, fretamentos e Caminho da Escola. Historicamente os ônibus urbanos costumam responder por 40% a 50% do mercado, mas a pandemia afetou drasticamente esse segmento. Quando a situação se normalizar acredito que o percentual deve voltar a pelo menos 40%, chegando depois a até 50%”, previu Alouche.
A marca também ressaltou o crescimento nas exportações, cujo volume dobrou no primeiro semestre de 2022. No total, a empresa passou de 378 para 758 unidades vendidas para vários países da América Latina.
“Apresentamos o 14.190, que é um produto posicionado entre os micrôonibus e os ônibus de 14 toneladas, e ele faz muito sucesso no México. Estamos com resultados bons no Chile, Colômbia e estávamos indo muito bem na Argentina, onde a situação político-econômica do momento dificulta as exportações para lá. Além disso, problemas como a paridade com o dólar e a economia instável também estão gerando algumas dificuldades”, finalizou.
Fonte: Automotive Business






















