“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

Crise dos chips provocou queda de 13,4% na produção de junho

08/07/2021


Total de 166,9 mil veículos fabricados no mês ficou abaixo da média do ano; resultado ainda é positivo no acumulado (WILSON TOUME, PARA AB)

De acordo com o balanço mensal divulgado pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) na quarta-feira, 7, a produção de automóveis registrou queda de 13,4% em junho, quando 166,9 mil unidades deixaram as linhas de produção no País. Em maio, o total havia sido de 192,8 mil exemplares. O recuo foi provocado principalmente pelas interrupções de atividades das montadoras, por conta da falta de componentes, principalmente os semicondutores.

“O que mais chamou a atenção foi a queda no ritmo de produção que a gente estava mantendo, em torno de 190 mil, 200 mil unidades por mês, e que passou para 167 mil, por conta, basicamente, do impacto causado pela falta de semicondutores em algumas fábricas”, declarou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.

No acumulado de janeiro a junho, o resultado foi de 1,148 milhão de veículos produzidos no País, com alta de 57,5% sobre o total registrado no primeiro semestre de 2020, que foi de 729 mil unidades. Moraes, contudo, lembrou que a base de comparação é muito baixa, já que a produção nos seis primeiros meses do ano passado foi muito prejudicada pela pandemia, com fábricas permanecendo paradas e concessionárias fechadas durante muito tempo.

Os estoques se mantiveram estáveis em junho, com 93 mil unidades, sendo 71,3 mil nas concessionárias e 21,7 mil nos pátios das fábricas – contra 96,5 mil em maio – o que corresponde a 15 dias de vendas, seguindo o ritmo de comercialização de junho (eram 16 dias no mês anterior).

As vagas de emprego registraram nova queda, agora de 1,3%, em relação a maio. O setor contabilizou 102,7 mil postos de trabalho no mês, contra 104,1 mil empregos no mês anterior. Luiz Carlos Moraes observou que houve mais de 1,2 mil contratações, mas o resultado mensal foi prejudicado, mais uma vez, pelas demissões (2.556 pessoas) ocorridas na Ford, principalmente, com o fechamento de suas fábricas no País.

AVANÇOS E RECUOS NAS NOVAS PROJEÇÕES
Como é de praxe no fim do primeiro semestre, a Anfavea divulgou suas projeções revisadas sobre o desempenho do setor neste ano e, devido principalmente à crise dos semicondutores, a nova previsão mostra crescimento menor na produção total de veículos, que deve chegar a 2,459 milhões, enquanto a entidade previa alcançar 2,520 milhões em janeiro. Assim, a ideia inicial, que era crescer 25% em relação ao ano passado, passou a ser avançar 22% com a nova projeção.

A evolução menor será causada, principalmente, pela produção de veículos leves, que será de 2,3 milhões de unidades, em vez das 2,385 milhões previstas em janeiro. Em compensação, os veículos pesados devem atingir a marca de 156 mil exemplares fabricados, enquanto a expectativa, em janeiro, era de 135 mil unidades.

Luiz Carlos Moraes observou ainda que, ainda que não houvesse a crise dos semicondutores, o setor poderia ter um crescimento maior, mas que não seria empolgante, por conta de problemas já conhecidos e comentados em apresentações anteriores, como a falta de competitividade do País e os obstáculos tributários, entre outros. Por outro lado, o executivo elencou sinais positivos para a economia nacional, como a nova previsão do PIB (que pode ficar entre 4% e 5%, de acordo com especialistas) e, especialmente, o avanço do programa de vacinação contra a Covid-19, que deve promover a recuperação dos negócios.


– Faça aqui o downloaddos resultados do primeiro semestre e revisão das projeções da Anfavea para 2021
– Veja outras estatísticas em AB Inteligência


Fonte: Automotive Business

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