Consumidor está mais confiante, porém continua cauteloso

Indicador da ACSP atingiu 91 pontos em abril, o melhor resultado desde o início da pandemia com a expectativa de melhora no futuro. Mas a percepção quanto à situação financeira continua negativa (Da equipe de jornalistas do Diário do Comércio)
Consumidor está mais confiante, porém continua cauteloso

O Índice de Confiança do Consumidor Brasileiro, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), atingiu seu melhor resultado desde o início da pandemia. A pesquisa, elaborada pela Pinion, registrou 91 pontos em abril, seguindo a tendência de crescimento que começou em maio do ano passado.

Apesar disso, o indicador permanece no campo pessimista – o que revela um consumidor ainda bastante cauteloso na hora de ir às compras. As exceções ficam por conta das regiões Norte (102) e Centro-Oeste (103). Isso se explica por estarem inseridos em territórios agrícolas, que se beneficiam dos bons preços dos grãos no mercado internacional.

“São regiões agrícolas que já começam a colher boas safras e, consequentemente, passam a oferecer opções de alimentos com preços mais justos ao mercado local, além de ofertas de trabalho”, afirma Marcel Solimeo, economista da ACSP.

Apesar da instabilidade econômica pela qual atravessa o Brasil, provocada pelo crescimento da curva inflacionária e da consequente alta de juros, o crescimento da confiança se deve, principalmente, à expectativa de um futuro melhor.

A população já vê que o aumento da mobilidade urbana nas cidades e a injeção de recursos extras na renda das famílias mais carentes, como, por exemplo, o Auxílio Brasil e a antecipação do FGTS trazem esperanças.

“São fatores que dão ânimo ao brasileiro que perdeu muito poder de compra por causa do aumento da inflação e do endividamento da população”, afirma Solimeo. “Há ainda o reaquecimento de setores como os de serviços, principalmente, bares, restaurantes e o turístico”, complementou.

O Índice mostra que existe ainda hoje uma percepção negativa das famílias em relação às situações financeiras. Do total de entrevistados, 45% acham que a vida está ruim neste aspecto. Sobre a perspectiva de manutenção dos empregos atuais, 32% ainda dizem não se sentirem seguros no cargo.

Na verdade, a percepção negativa em relação à situação financeira mantém a menor disposição do consumidor em adquirir itens de maior valor, como carro e casa e bens duráveis como geladeira. No total, 38% dos brasileiros não se sentem confiantes para investirem em um fogão, por exemplo.

Os pesquisadores ouviram 1676 pessoas em todas as regiões do Brasil. A margem de erro deste estudo é de 4% para mais ou para menos. Acesse a pesquisa completa aqui

EM SÃO PAULO

O Índice de Confiança do Consumidor Paulista (ICCP) de abril, um recorte do Estado de São Paulo do indicador nacional da ACSP, ficou em 88 pontos. Este também é o melhor número registrado pós-pandemia. Resultado melhor que este ocorreu apenas em março/2020, quando a pesquisa apontou a confiança dos paulistas em 91 pontos.

Foram entrevistadas 897 pessoas na capital, região metropolitana, litoral e interior. A taxa de referência e a metodologia para mensurar a confiança do paulista seguem o mesmo critério do estudo nacional. Isso significa que o ICCP também vai de 0 a 200 e que foi aplicado o mesmo questionário da pesquisa nacional para os entrevistados no Estado de São Paulo. A margem de erro desta pesquisa é de 4% para mais ou para menos. 

Fonte: Diário do Comércio Foto: Freepik

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