O Índice de Confiança de Micro e Pequenas Empresas (IC-MPE) voltou a registrar alta pelo segundo mês consecutivo, influenciado, principalmente, por uma melhora na percepção das micro e pequenas empresas sobre a situação atual dos negócios. Com o incremento de 1,6 ponto, o resultado de março atingiu 91,6 pontos, o mais alto desde o início do ano e superior ao mesmo período dos anos de 2020 e 2021, quando foram detectados os índices de 90,3 e 80,5, respectivamente.
O aumento do IC-MPE foi detectado nos três principais setores da economia analisados: Comércio, Serviços e Indústria de Transformação. A Sondagem Econômica da MPE, produzida mensalmente pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), leva em consideração a percepção dos empresários sobre a situação atual e a expectativa para o futuro. Se comparado a janeiro, quando o IC-MPE somou 89,6 pontos, o índice de março indica uma melhora de quase dois pontos.
Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, esse resultado pode sinalizar uma perspectiva melhor dos pequenos negócios, apesar dos obstáculos que a economia brasileira ainda tem enfrentado. “Pelo segundo mês consecutivo houve melhora da confiança das micro e pequenas empresas, e as empresas sinalizam uma possível recuperação da queda causada, no início do ano, pelo surto de Influenza e Ômicron. Ainda existem dificuldades relacionadas à obtenção de matéria-prima, custo dos insumos, pouco capital de giro, alta de juros e menores margens, mas acreditamos que, no curto prazo, a Política Nacional de Apoio e Desenvolvimento de Micro e Pequenas Empresas (PNADEMPE) pode ajudar a melhorar essa situação”, explica Melles.
Os empreendedores da Indústria foram os que apresentaram o maior índice de confiança que atingiu o patamar de 95,4 pontos. “Após somar dois meses de queda, a Indústria apresentou um incremento de 1 ponto devido a melhoria das expectativas para o futuro”, comenta o presidente do Sebrae. De acordo com a Sondagem, a percepção otimista deve-se à melhora das expectativas – relacionadas à produção e tendência dos negócios – para os meses seguintes. Alimentos, vestuário, metalurgia e produtos de metal foram os setores que mais contribuíram para o desempenho do setor.
No Comércio, após seis meses de quedas consecutivas, a confiança dos empresários teve um incremento de 1,7 ponto e atingiu o índice de 87,1, o maior patamar detectado desde novembro de 2021. Os principais motivos para a melhora do índice foram a percepção sobre o volume de demanda e a situação atual dos negócios. O aumento foi puxado pelo bom desempenho do comércio de bens de consumo. No comparativo por regiões, Norte e Sul puxaram os dados para cima.
Após quatro balanços negativos, as empresas de Serviços também contabilizaram um avanço de 1,5 ponto no IC-MPE de março e atingiram 90,9 pontos, em função da evolução positiva da situação dos negócios e do volume de demanda atual. Ficam como destaque os serviços prestados às famílias e de informação e comunicação, entre outros.
Emprego
Em março, a parcela das empresas que acreditam que o número de pessoas empregadas no Comércio expandirá melhorou em 1,3 ponto, mantendo o ritmo de progressão pelo segundo mês consecutivo. O cenário se repete em Serviços, em que a quantia de empreendedores que crê no aumento de pessoas empregadas subiu 0,7 ponto.
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Fonte: Sebrae