O Índice Nacional de Confiança (INC) apontou uma expectativa mais positiva do consumidor, em relação aos próximos meses. Considerando o contexto de desaceleração da inflação, do aumento da renda das famílias, da recuperação do mercado de trabalho, além da própria elevação do INC, é possível prever uma recuperação a partir do terceiro trimestre. Pode-se, portanto, apontar que, apesar da desaceleração das vendas do varejo, o ano deve fechar com crescimento de 1,6%.
Elaborado para a Associação Comercial de São Paulo pela PiniOn, o INC chegou, em julho, a 102 pontos, mostrando aumentos de 1,0% e 12,1%, em relação a junho, e na comparação com o mesmo mês de 2022, respectivamente.
Trata-se da segunda alta mensal consecutiva da confiança do consumidor, que avança no campo otimista (acima de 100 pontos). A sondagem foi realizada com uma amostra de 1.664 famílias, a nível nacional, residentes em capitais e cidades do interior.
Em termos regionais, houve aumento do INC em 3 das 5 regiões: Nordeste, Norte e Sudeste, enquanto houve estabilidade no Centro-Oeste e queda na região Sul. No recorte por classes socioeconômicas, os resultados também foram mistos, com aumento de confiança para a classe AB, estabilidade para os entrevistados pertencentes a C e redução àqueles da classe DE.
Para o economista do Instituto Gastão Vidigal, Ulisses Ruiz de Gamboa, “a percepção das famílias em relação à sua situação financeira atual manteve-se estável, ainda que majoritariamente otimista, apesar da diminuição em relação à segurança no emprego. Por outro lado, houve melhora relativa das expectativas sobre a situação financeira futura das famílias.”.
Essa melhora geral da confiança, no entanto, ainda não foi suficiente para aumentar as proporções de entrevistados dispostos a comprar itens de maior valor, como carro e casa, e comprar bens duráveis, tais como geladeira e fogão.
Segundo Ruiz de Gamboa, “em todos esses casos, essas proporções, apesar de manterem-se majoritárias, permaneceram estáveis. Contudo, a intenção de realizar investimentos elevou-se, possivelmente, influenciada pela melhora da percepção sobre a situação financeira futura das famílias”.
Fonte: Diário do Comércio – Imagem: Freepik