“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

Conarem apresenta cenário da descarbonização da mobilidade no Brasil

Em apresentação no Seminário da Reposição Automotiva, José Arnaldo Laguna, presidente do CONAREM destacou que o volume de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) no país, somando 296 Mton CO2e no Brasil em 2023 é elevado e o Instituto MBCBrasil busca promover soluções técnicas, integradas e adaptadas à realidade nacional para alcançar melhores números

15/10/2025

A oferta, distribuição, custo, logística e armazenamento de combustíveis, a transmissão e integração da geração de energia limpa e renovável e a qualificação de mão de obra para novas tecnologias, bem como investimentos públicos e privados em infraestrutura e previsibilidade setorial e segurança jurídicas, são alguns dos desafios da transição energética da mobilidade no Brasil. Foi o que afirmou José Arnaldo Laguna, presidente do CONAREM e membro do Instituto MBCBrasil – Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil, na 31ª edição do Seminário da Reposição Automotiva, promovido, no dia 07 de outubro, em São Paulo-SP, na Fiesp.

Laguna falou sobre a importância da descarbonização da mobilidade no Brasil com soluções técnicas, integradas e adaptadas à realidade nacional, um dos objetivos do Instituto MBCBrasil. “As emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) chegaram a 2.296 Mton CO2e no Brasil em 2023, sendo 91% geradas pelo setor de transporte rodoviário, segundo o SEEG”, alertou Laguna, ressaltando que a meta de emissões de GEE estabelecida para 2030 é de redução de 53% e neutralidade em 2050.

Lembrou que a frota circulante somou 48 milhões de veículos em 2024. “Os veículos em 2024 com mais de 11 anos chegaram a 55% do total, 22,6 milhões, e são os que mais geram GEE”, enfatizou.

Na visão dele, deverá ocorrer uma multiplicidade nos novos licenciamentos de veículos com diversas rotas tecnológicas, entre elas, etanol, biodiesel, HVO, H₂, biometano, bioelétrico e BEV para alcançar redução do CO2.

Evolução da frota – Laguna citou que em 2040 deve chegar a 67,7 milhões, sendo 52,4 milhões de carros de passeio (77,3%), 11,4 milhões de comerciais leves (16,8%), 3,9 milhões de pesados (5,8%) e 504 mil ônibus. Em 2040, 68% serão compostos ainda por veículos com motor de combustão interna e mais 20% com combustão combinada, totalizando 88%, o que representa 59 milhões de veículos. Enfatizou: “No Brasil, os elétricos não são uma realidade”.

Projeção da demanda de energéticos – Laguna disse que, hoje, há 15 mil postos de recarga de baterias. Para 2040, serão necessários de 500 a 700 mil postos de recarga de baterias. Elevar de 620 TW/ano de energia para mais 380 TW/ano, ou seja, 1.000 TW/ano. Há necessidade de desenvolver 400.000 ton/ano só para mobilidade de H₂, e um crescimento de 100% nos 9 bi litros/ano de biodiesel atuais, somando 18 bi litros/ano.

Em sua apresentação, destacou também algumas iniciativas importantes para a descarbonização, entre elas, instaurar o Programa Nacional de Renovação de Frota e aumentar a penetração do etanol nos veículos flex.

Sobre o CONAREM – Criado em 1998, o CONAREM – Conselho Nacional de Retíficas de Motores, é o órgão de representação nacional do segmento de retíficas. Possui 350 empresas associadas em todo o País, sendo que 150 fazem parte da rede nacional de retíficas.

A atuação da entidade é voltada para atender às necessidades da área de serviços de motor e garantir o desenvolvimento do setor. A entidade, que congrega as principais associações estaduais ARERGS e ARESC e trabalha em parceria com os sindicatos estaduais (Sindirepas de SP/RS/SC/MG/ES/GO/MT/RO/BA/PE/TO), oferece treinamentos específicos para retificadores, palestras técnicas gratuitas para os reparadores de veículos e também possui um banco de dados, normas técnicas e orientações para consulta, além de seu site servir como fonte de informações para o mercado motor.

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