Compras em sites internacionais ultrapassam o volume de vendas dos sites nacionais no Brasil

Pesquisa CNDL/SPC Brasil apontou crescimento de 29 pontos percentuais no consumo em sites internacionais, em comparação com 2021. Cerca de 117 milhões de pessoas compraram online no último ano
Compras em sites internacionais ultrapassam o volume de vendas dos sites nacionais no Brasil

Em meio ao debate do governo a respeito da taxação dos produtos comprados em sites internacionais, uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, aponta o crescimento da preferência dos consumidores brasileiros pelas plataformas de vendas estrangeiras. De acordo com o levantamento, 74% dos entrevistados afirmam que compram em lojas online de varejistas internacionais, um aumento de 29 pontos percentuais na comparação com 2021, enquanto 71% utilizam sites de varejistas nacionais (queda de 9 pontos percentuais frente a 2021) e 52% em sites de compra/venda de produtos novos/usados.

A pesquisa mostra que 76% dos consumidores realizaram compras pela internet nos últimos 12 meses, uma queda de 14 pontos percentuais em comparação com 2021, sendo que 68% compraram nos últimos 3 meses. Por outro lado, 14% não fizeram compras online. A estimativa é de que 117,25 milhões de pessoas compraram online pelo menos 1 vez nos últimos 12 meses.

Para o presidente da CNDL, José César da Costa, o crescimento dos sites internacionais no consumo do país impacta negativamente o varejo e a economia brasileira.

“Existe uma concorrência desleal em favor das empresas estrangeiras pelo fato de grande parcela dos produtos atravessarem as fronteiras sem recolhimento de impostos de importação, o que os torna muito mais baratos se comparados aos nacionais. O varejo sente as consequências, já que não consegue competir com os preços de quem não paga impostos. O país precisa de um ambiente mais favorável para o crescimento das empresas e consequentemente da economia. Se o varejo nacional vende menos, também temos menos geração de renda e de empregos”, alerta Costa.

Em média, foram realizadas 4,6 compras online nos últimos 3 meses da data da pesquisa, e o gasto médio dos consumidores na sua última compra foi de R$248. Entre as formas de pagamento mais utilizadas, os consumidores destacaram o cartão de crédito (62%), o PIX (58%) e o cartão de débito (22%). O levantamento apontou ainda que 66% dos entrevistados fizeram compras parceladas pela internet nos últimos 12 meses, enquanto 30% fizeram os pagamentos à vista.

89% utilizam os celulares para fazer as compras. Vestuário e comida delivery são os principais itens de consumo online

O dispositivo mais utilizado pelos consumidores nas compras pela internet é o celular, destacado por 89% dos entrevistados, seguido pelo notebook (35%) e desktop (28%).

Quando se trata dos itens mais comprados, destacam-se os artigos de vestuário (36%), comida delivery (31%), remédios e produtos de cuidados da saúde (24%), cosméticos/ perfumes (22%), artigos para casa (19%) e supermercado (19%).

A pesquisa aponta ainda que os sites são os tipos de loja preferidos para compras de algumas modalidades investigadas, com destaque para: eletrônicos e informática (51%), eletrodomésticos (46%), artigos para casa e decoração (39%), vestuário (37%) e livros (37%). Medicamentos e farmácia são mais adquiridos por aplicativos (36%).

88% costumam comprar com desconto pela internet, sendo 49% por meio de promoções de loja, 47% utilizando cupons de descontos, 26% através de sites e aplicativos específicos de descontos e 21% pagando as compras à vista.

Entre as formas de pagamento mais usuais, destacamos o cartão de crédito (62%), o PIX (58%) e o cartão de débito (22%). De acordo com os entrevistados, 66% fizeram compras parceladas pela internet nos últimos 12 meses, enquanto 30% fizeram os pagamentos à vista.

Frete grátis e preço baixo são fatores determinantes na escolha da loja on-line

A pesquisa mostra que o consumidor está atento a promoções e melhores condições de compra. De acordo com o levantamento a oferta de frete grátis é o fator mais citado para a escolha de uma loja online, com 52% das menções. Preços baixos (46%) e promoções (42%) fecham os fatores mais relevantes para a escolha.

Quando perguntados sobre os fatores que estimulam o aumento das compras pela internet, os consumidores entrevistados citaram: frete grátis (64%), preços mais atrativos do que nas lojas físicas (56%) e tempo de entrega reduzido (34%).

De acordo com o levantamento, 96% dos consumidores internautas já compraram mais de uma vez de uma loja da qual já é cliente no ambiente online, principalmente pela confiança na loja/marca (45%), por não ter tido problema na compra anterior (44%) e melhores preços (40%).

Na pesquisa de produtos e serviços, 52% esperam encontrar depoimentos/avaliação de pessoas que já compraram naquela loja online, 50% ficha técnica e especificações e 45% fotos detalhadas.

O levantamento apontou ainda um alto grau de satisfação dos consumidores online, uma vez que 91% se declaram satisfeitos com as compras feitas pela internet. Em relação aos atendentes virtuais, 38% declaram como ótimo ou bom os atendimentos online por robôs/chatbots, 39% regular e 23% ruim ou péssimo.

Em relação à pesquisa de produtos, os canais mais utilizados são: buscadores (73%), sites de empresas (64%) e sites de comparação de preços (49%). Entre os que utilizam os buscadores para pesquisa de produtos pela internet, a comparação de preços entre diferentes lojas é a principal razão (63%), seguido da checagem se é uma loja real (48%), para ter certeza que não se trata de um golpe (47%) e acesso a avaliação de clientes (39%).

Entre os que contam com as redes sociais para a pesquisa de produtos pela internet, o acesso a avaliação de clientes é o principal motivo (49%), seguida da certeza que se trata de uma loja real (43%) e da segurança que a compra será entregue (39%).

Para os entrevistados, as principais vantagens de fazer compras pela internet são a comodidade de comprar sem sair de casa (46%), o preço baixo (40%) e a flexibilidade de horário para fazer as compras (32%).

Já as principais desvantagens das compras online são: não poder ver/experimentar/tocar o produto (47%), o fato de ter que pagar frete (43%) e a impossibilidade de levar o produto na hora da compra (42%).

8 em cada 10 consumidores não tiveram problema na última compra online. 97% afirmam tomar algum tipo de cuidado

Os consumidores estão atentos aos cuidados que devem tomar ao fazer compras online. A nota média (de 1 a 10) atribuída pelos consumidores à segurança de compras pela internet é de 8,0.

Esta sensação de segurança vem acompanhada de uma série de precauções e cuidados, tomadas por 97% dos entrevistados, sendo que 52% só fazem compras em canais conhecidos ou indicados, 36% evitam cadastrar os dados do cartão de crédito para compras futuras e 34% não compram produtos com preço tão baixo a ponto de desconfiar da veracidade do canal ou da promoção.

Entre os fatores que aumentariam o grau de segurança para uma compra online, destacam-se o baixo índice de reclamações nas redes sociais ou em sites (42%), o site/aplicativo apresentar boas notas quanto a reputação nos sites de compras (38%) e comprar em um site/aplicativo conhecido (38%).

A pesquisa aponta ainda que 81% não tiveram problemas na última compra online. Porém 16% enfrentaram algum tipo de infortúnio, sendo que 59% dos entrevistados conseguiram resolver, principalmente por meio da troca do produto (20%) ou da devolução do dinheiro (17%). No entanto, 36% não conseguiram.

METODOLOGIA

Público-alvo: Homens e mulheres, com idade igual ou maior a 18 anos, de todas as classes econômicas, e que realizaram compras pela internet nos últimos 12 meses.

Método de coleta: Pesquisa quantitativa com coleta de dados via web através de painel de internautas, com o uso de questionário estruturado para autopreenchimento.

Tamanho amostral da Pesquisa: Foram realizados 1120 contatos em um primeiro levantamento para identificar o percentual de pessoas que compraram pela internet nos últimos 12 meses. Em seguida, continuaram a responder o questionário 880 casos, que fizeram alguma compra ao longo deste período. Resultando, respectivamente, uma margem de erro no geral de 2,9 p.p e 3,3 p.p para um nível de confiança de 95% para mais ou para menos. Foi ponderada a base total, de acordo com a população brasileira e a base de consumidores online do resultado deste estudo.

Data de coleta dos dados:  A coleta foi realizada entre os dias 17 a 25 de julho 2023.

SOBRE O PORTA-VOZ

DANIEL SAKAMOTO: mestre em Políticas Públicas e Governo pela Fundação Getulio Vargas, bacharel em Direito (IESB) e Relações Internacionais (Universidade Católica de Brasília) com especialização em Gerenciamento de Projetos (University of California) e certificação PMP®️ – Project Manager Professional. Atualmente exerce a função de Gerente Executivo na Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas.

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