Comércio volta a gerar empregos em SP


Desde os primeiros impactos da pandemia, a partir de março de 2020, o comércio e os serviços no Estado de São Paulo criaram 113.339 e 350.844 postos de trabalho, respectivamente
Comércio volta a gerar empregos em SP

Após a perda de 22,6 mil empregos em janeiro, o comércio criou 5.390 vagas – 119.356 admissões e 113.966 desligamentos. Embora o saldo do mês positivo, quando comparado ao mesmo período do ano passado, a geração de empregos apresentou queda de 65%. O resultado é influenciado principalmente pelo desempenho da divisão varejista, que, depois de gerar quase 8 mil postos de trabalho, se manteve praticamente estável na comparação anual.

Este resultado, por sua vez, é consequência de cenários econômicos distintos. Em 2021, havia uma recuperação do varejo após a primeira onda da pandemia. Além disso, os juros, o endividamento familiar e a inflação não eram tão desafiadores. Neste ano, contudo, depois da terceira onda da crise sanitária, o mercado enfrenta uma conjuntura bem menos favorável, com a fragilização do consumo das famílias, causando incertezas a respeito do desempenho das vendas e dos investimentos empresariais.

Ainda assim, no segundo mês de 2022, as três divisões que formam o comércio avançaram. O varejo, como já mencionado, se apresentou estável, com 261 novos postos de trabalho. O grupo de comércio e reparação de veículos gerou 1.756 empregos; enquanto a divisão do comércio atacadista, 3.373, puxada pelo segmento de atacado hortifrutigranjeiro (447).

Desempenho no ano e em 12 meses
No primeiro bimestre de 2022, o comércio estadual sofreu perda de 17.198 vagas, influenciado principalmente pelo varejo, que apresentou redução de 24.314 postos de trabalho. O desempenho é resultado, principalmente, das perdas de 12.312 empregos celetistas nos hipermercados e supermercados e de 6.572 vagas nos estabelecimentos de vestuário e acessórios. No acumulado de 12 meses, os resultados são positivos, com a criação de 136.121 empregos no comércio. Destes, 87.118 foram originados no varejo e, 36.135 no atacado. No comércio e reparação de veículos, a geração foi de 12.868 postos de trabalho.

Já o setor de serviços gerou 94.345 empregos no primeiro bimestre, influenciado pelas atividades educacionais (30.678) e de saúde (14.710). Nos últimos 12 meses, são mais de 437 mil postos celetistas. As atividades administrativas foram responsáveis pela geração de 95.893 vagas; os serviços profissionais e técnicos, por 55.368; e os serviços de saúde sociais, 53.990.

Comércio e serviços na capital
Na capital paulista, em fevereiro, houve a criação de 2.224 novos postos de trabalho no comércio. O atacado foi responsável por 1.136 empregos; o varejo, por 608; e o comércio e reparação de veículos automotores, por outros 480. No ano, o saldo é negativo, com a perda de 4.813 empregos. O varejo foi o principal responsável pela redução. São 7.089 empregos celetistas a menos, com destaque para os hipermercados e supermercados (-4.469) e as lojas de vestuário e acessórios (-1.766). Em 12 meses, houve criação de 41.209 empregos celetistas (25.856 no varejo, 10.757 no atacado e 4.596 em comércio e reparação de veículos).

Os serviços geraram 26.796 postos laborais, influenciado pelos grupos de serviços educacionais (9.393) e de alojamento e alimentação (3.933). Em 12 meses, são quase 209 mil vagas de trabalho. Os melhores resultados foram observados nos serviços administrativos e complementares (46.874 vagas), com influência predominante do segmento de serviços para edifícios e atividades paisagísticas (20.292 vagas) e da divisão de informação e comunicação (32.560 vagas), puxada pelos serviços de tecnologia da informação (23.279 vagas).

Balanço: dois anos de pandemia
Desde os primeiros impactos da pandemia, a partir de março de 2020, o comércio e os serviços no Estado de São Paulo criaram 113.339 e 350.844 postos de trabalho, respectivamente. No setor comercial, a divisão varejista criou 69.623 empregos; o atacado, 40.095; e a divisão de comércio e reparação de veículos, 3.621. Ainda assim, há importantes segmentos dessas divisões que ainda não recuperaram os empregos perdidos durante a pandemia. Exemplo disso são os setores do varejo de vestuário e acessórios (-17.638), calçados e artigos de viagens (-6.585), combustíveis para veículos (-5.512) e comércio de veículos automotores (-4.209).

No setor de serviços, a realidade não é muito distinta. Enquanto a divisão de serviços administrativos e complementares e os serviços de saúde humana e sociais aumentaram, respectivamente, em 146.138 e 93.662 vagas, as divisões de alojamento e alimentação (-64.440) e de educação (-13.314) ainda estão com empregabilidade abaixo do período pré-pandemia.

Para a FecomercioSP, esta discrepância de desempenhos setoriais mostra como os efeitos da pandemia e das restrições atingiram os segmentos econômicos de forma heterogênea. Assim, também deve ocorrer o processo de reconstrução, ainda bastante desafiador perante uma conjuntura econômica desfavorável à demanda familiar, impactando diretamente as receitas e os investimentos empresariais.

Fonte: Novo Varejo

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