O comércio de autopeças brasileiro atravessa um bom momento em função da fraca recuperação na venda de veículos novos e pelo vasto parque da frota de veículos automotores, formado em sua maior parte por tecnologias e componentes conhecidos do mercado de reposição.
Em uma rápida passagem podemos afirmar que os veículos compreendidos entre os anos de 2008 e 2018 praticamente mantêm alguma intimidade e certa tranquilidade nos negócios, no entanto, de 2019 a 2023 alguns sinais já ficaram claros do novo patamar tecnológico que se apresenta.
A pandemia e a guerra na Ucrânia apresentaram de imediato a notória importância dos países detentores da produção de semicondutores; observa-se também o aumento no investimento das oficinas para leitura de diagnósticos e corrida por nova capacitação, onde destacamos o SGW – Security Gateway, que é um dispositivo de hardware de segurança para impedir acesso indesejado e ameaças à rede CAN do veículo. Outra tecnologia não menos importante é o sistema ADAS – Advanced Driver Assistance Systems, que auxilia o motorista durante a condução, cuja precisão é vital.
Notem como sorrateiramente os tipos de componentes vão se modificando ao longo do tempo, no entanto, com intervalos de tempo cada vez mais curtos, e sem hesitar lembramos do “startstop”, introduzido em veículos premium e hoje estão em praticamente todas as categorias.
O alerta, o despertar, é para o comércio ficar atento as novas tecnologias, as possibilidades de substituição, os intervalos de eventual substituição e principalmente a condução do descarte, que passou desapercebido por todos e hoje é controlado e manipulado dentro da cadeia de valor alicerçado pela Lei Federal 12.305 de 02/08/2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos, que invariavelmente era bem conhecido pelas montadoras e seus fornecedores globais, mas longe da realidade do comércio, que hoje depara com a obrigatoriedade de custear grande parte desta Lei para conseguir se abastecer de novos componentes.
Existe uma necessidade vital na construção de um estudo sobre componentes que permita o comércio de autopeças visualizar o médio e longo prazo com um pouco mais de elementos para entender os caminhos que deve tomar no negócio, que com certeza não serão mesmo de tempos passados.
Fonte: Sincopeças Brasil