Comerciantes paulistanos reduzem intenção de novos investimentos e seguem cautelosos

Índice de Expansão do Comércio caiu 1% em abril; queda dos juros e da inflação podem contribuir para recuperação da confiança
Comerciantes paulistanos reduzem intenção de novos investimentos e seguem cautelosos

O Índice de Expansão do Comércio (IEC), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), caiu 1% na passagem de março para abril. O indicador avalia as perspectivas dos empresários, da cidade de São Paulo, quanto a fazer contratações, compra de máquinas ou equipamentos e aberturas de lojas. Isto é, analisa quais são as intenções desses empreendedores diante do cenário econômico do País.

O IEC varia entre 0 e 200 pontos, representando, respectivamente, desinteresse e interesse absolutos dos empreendedores em expandir os negócios. Com a variação de abril, o indicador voltou aos 104 pontos, mesmo patamar registrado em fevereiro.

 Os números de abril foram influenciados, principalmente, pela queda de 1,5% no nível de investimentos das empresas. Já as expectativas para contratação de funcionários apontaram retração de 0,5%. Quando se observa o comportamento desse item em relação ao mesmo período do ano passado, a redução é ainda mais significativa: 2,5%. O nível de investimentos, por sua vez, obteve alta de 1,5%, quando comparado ao quarto mês de 2023.

Há um ano, os empresários se mostravam menos dispostos a contratar, porém mais propensos a investir. Em termos de pontuação, em abril, a variável que apura o “nível de investimento” obteve o pior resultado desde agosto, quando acumulava 92 pontos. O resultado preocupa, já que, sem investir, os empreendedores podem comprometer o crescimento sustentável dos negócios. Contudo, a FecomercioSP entende que o dado está dentro da normalidade. Isso acontece porque, em períodos de maiores incertezas macroeconômicas, os indicadores tendem a demonstrar mais volatilidade nos resultados mensais.

O desfecho do IEC confirma o diagnóstico já apontado, nos meses anteriores, pela Entidade, de que os comerciantes estão mais cautelosos neste início de ano, mesmo com a melhora do emprego e da renda. O que pode explicar essa movimentação é a recente alta nos preços, fato que parece estar preocupando os empresários e os levando a reduzir investimentos e contratações.

Contudo, na avaliação da Entidade, é possível uma recuperação da confiança: a queda dos juros e da inflação pode influenciar a retomada dos investimentos, embora o ritmo dependa da continuidade da melhoria do ambiente macroeconômico. Enquanto esse cenário não se concretiza, as decisões devem ser baseadas em números e resultados — e as estratégias, ajustadas adequadamente ao caixa da empresa.

Optar por liquidações de produtos com boa margem de contribuição é sempre uma estratégia positiva para melhorar o fluxo de caixa e abrir espaço para novos investimentos. “O momento é de reavaliar cenários, evitar excesso de endividamento e investir de forma estratégica, com retorno rápido e menor capital investido”, orienta Thiago Freitas, economista e assessor da FecomercioSP, responsável pelo estudo.

IEC
O Índice de Expansão do Comércio (IEC) é apurado todo o mês pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando, respectivamente, desinteresse e interesse absolutos em expansão de seus negócios. A análise dos dados identifica a perspectiva dos empresários do comércio em relação a contratações, compra de máquinas ou equipamentos e abertura de novas lojas. Apesar desta pesquisa também se referir ao município de São Paulo, sua base amostral abarca a região metropolitana.

Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.

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