Atendendo a Resolução 641/2016 do Contran – Conselho Nacional de Trânsito, a partir de janeiro de 2022 os implementos rodoviários para veículos pesados devem sair de fábrica com dispositivos de controle eletrônico de estabilidade, conhecidos como ESCs na sigla em inglês (Estability Eletronic Control). “A novidade garante maior nível de segurança no transporte de carga”, reconhece José Carlos Spricigo, presidente da Anfir, a Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários e também CEO da Librelato, uma das 140 empresas filiadas à entidade.
De acordo com o site AutoPapo, o ESC é capaz de perceber mudanças na trajetória imposta pelo volante, atuando de forma individual nos freios e cortando a aceleração do veículo a fim de retomar seu trajeto. Essa ação é possível graças aos sensores que detectam e evitam a derrapagem em conjunto com o sistema ABS, fazendo com que o veículo volte para a sua trajetória correta.
Enquanto os novos implementos (reboque e semirreboques) devem incluir ESC a partir de janeiro, os implementos que estavam em linha antes disso terão prazo até 2025 para se adequarem com a inclusão do ESC no projeto, como dispõe o Contran.
Spricigo enfatiza a importância do ESC na categoria de implementos para transporte pesado, em razão da elevada participação no mercado. Em 2021 os implementos para pesados representaram 51% do volume de vendas e os semipesados 25%. A tendência de crescimento do mercado deve se manifestar também em 2022, conforme indicam as projeções para o segmento de caminhões como um todo segundo a Anfavea, a associação dos fabricantes de veículos. Deve ocorrer um avanço de 10% no licenciamento de caminhões, para 157 mil unidades. O avanço deverá ser de 8,2% na produção, para 192 mil unidades, e de 7,7% nas exportações, para 29 mil unidades.
Spricigo considera que a incorporação dos sistemas ESC (controle de estabilidade que reúne o ABS e o RSS, o controle de antitombamento) no EBS (Electronic Braking System), em todos os novos reboques e semirreboques desde 1º de janeiro de 2022, é algo bastante positivo pela segurança que traz às combinações veiculares. Quanto ao custo, ele afirma que é provável que haja alguma elevação de preço, que varia de fabricante para fabricante. Mas, garante, é inegável que se trata de um avanço muito grande em termos de segurança no transporte de carga.
Outras tecnologias têm agregado valor aos implementos rodoviários. “Na linha de materiais temos a utilização de nióbio, grafeno e polímeros derivados da cadeia do petróleo. Na linha de tecnologias temos o ESG, sensores de temperatura e pressão dos pneus, câmeras internas, câmeras de ré, sistema de acoplamentos inteligentes sem a necessidade do motorista descer da cabine”, explica Spricigo. Ele cita também avanços em telemetria, sistemas de segurança de carga para prevenir roubo, balança embarcada, suspensões pneumáticas e eixo de manga, além de novos desenhos que venham a proporcionar menos atrito, gerando economia energética.
Balanço
Em recente balanço do desempenho do setor, a Anfir informou que os implementos rodoviários fecharam 2021 com 162,7 mil unidades, registrando alta de 33,5% sobre o ano anterior. O resultado anual foi o melhor do setor desde 2013. O segmento de implementos com maior volume foi o de reboques e semirreboques. Isso ocorreu porque mais da metade das vendas de caminhões é de modelos de grande porte. De janeiro a dezembro foram 90,3 mil reboques e semirreboques entregues, 34% a mais que em 2020, segundo dados da Anfir.
Além das 140 associadas a Anfir reúne 900 afiliadas ativas, incluindo desde micro até grandes empresas relacionadas ao segmento de transporte de cargas. Segundo a entidade, essas companhias são responsáveis pela fabricação de praticamente todos os implementos rodoviários utilizados no Brasil e trabalham em cooperação com o cliente e com os fabricantes de caminhões para configurar as encomendas dos implementos.
*Este texto traz a opinião do autor e não reflete, necessariamente, o posicionamento editorial de Automotive Business
Fonte: Automotive Business