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CNHs que associam moto e carro crescem 64%

28/07/2023

Por Mário Curcio

De todas as Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs) existentes, aquela que registrou o maior crescimento no período entre 2013 e 2022 foi a AB, que permite conduzir motos (A) e carros (B). No ano passado, 28,1 milhões de carteiras AB foram emitidas, um total 64,3% maior que dez anos atrás.


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A Informação está em uma tabela fornecida pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). Entre as explicações para isso está o aumento da procura por motos como alternativa ao carro, tanto por causa do preço dos combustíveis como para driblar o trânsito pesado. O ano de 2022 teve 1,36 milhão de motos emplacadas, maior volume desde 2014.

“Notamos uma grande procura pela carteira AB a partir do começo de 2022 por causa da alta no valor dos combustíveis”, afirma Ricardo Alves, instrutor e proprietário do Centro de Formação de Condutores Império, na zona sul da capital paulista. “E os carros também subiram muito de preço”, recorda Alves. 

O segmento de motos permanece aquecido. Os emplacamentos somente no primeiro semestre de 2023 atingiram quase 780 mil unidades, o maior número para o período em 11 anos. As fábricas de motos até revisaram para cima suas projeções e acreditam que o mercado absorverá 1,51 milhão de unidades neste ano.

Os dados da Senatran também mostram que as CNHs da categoria A (somente para moto) e outras associadas a ela totalizaram 36,9 milhões de emissões, alta de 34,1% sobre 2013. De acordo com a secretaria, 24% dessas habilitações foram tiradas por mulheres. Além da AB, outras duas CNHs com a associação à categoria A anotaram alta: AD (+23%) e AE (+48%). A AC recuou 36,6%.

Só a categoria E cresce nas CNHs profissionais

Os números da Senatran mostram que apenas as CNHs da categoria E tiveram aumento nas emissões entre as profissionais (C, D e E). Ano passado foram 678,1 mil, 5,1% a mais. A provável explicação está na maior demanda pelo transporte de carga por carretas, que exige a categoria E.


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E os caminhões desse tipo são maioria, algo fácil de comprovar pela demanda por implementos rodoviários: em 2022, 54% desses equipamentos eram carretas e 46%, baús e outros equipamentos montados direto sobre o chassi dos veículos que podem ser conduzidos com carteira C.

A emissão da categoria C recuou 46,6% e a D, 21,7%. “As quedas de C e D ocorrem pela limitação do uso no transporte de carga, pelo processo atual de emissão, que ficou mais rigoroso, e também por causa da exigência do exame toxicológico. Com tudo isso, acabou a procura por aqueles que antes tiravam carteiras C e D sem a real necessidade de uso”, afirma o proprietário do CFC Império. O baixo volume atual de venda de ônibus também ajuda a explicar a queda de emissões da D.

Menor procura ocorre pelas ACCs

Outro número revelado pela Senatran foi a procura muito pequena pelas ACCs, Autorizações para Conduzir Ciclomotores. Em todo o ano passado foram expedidas só 2.969 delas.

Isso ocorre porque as ACCs só servem para pilotar ciclomotores, modelos com velocidade máxima de 50 km/h. O motor pode ser elétrico ou a gasolina, neste caso com cilindrada até 50 cc. Por causa da limitação de uso, o consumidor acaba optando pela categoria A, que permite a condução de qualquer tipo de moto, sem importar a cilindrada.

Para que serve cada categoria de CNH:

  • A – Necessária para pilotar veículo motorizado de duas ou três rodas, com ou sem carro lateral. Inclui motos, scooters e triciclos; 
  • B – É utilizada para veículos motorizados não abrangidos pela categoria A e cujo peso total não exceda 3.500 kg e a lotação máxima não supere oito lugares, excluído o motorista. Entram aí carros e também as picapes, furgões e vans que não ultrapassem esses limites citados acima para peso e passageiros;
  • C – Permite conduzir os veículos abrangidos pela categoria B e também aqueles utilizados em transporte de carga cujo peso bruto total (veículo+carga) supere os 3.500 kg. É aplicada a qualquer picape, furgão de carga ou caminhão não articulado;
  • D – Abrange os veículos inseridos nas categorias B e C e também os veículos com lotação superior a oito lugares, excluído o motorista. Com ela também se pode dirigir qualquer tipo de van ou ônibus não articulado;
  • E – Permite dirigir veículos das categorias B, C ou D e é necessária para rebocar um trailer, por exemplo, ou dirigir caminhões com uma ou mais carretas e também ônibus articulados;
  • ACC – É a Autorização para Conduzir Ciclomotor, que se aplica para veículos de duas ou três rodas com velocidade máxima de 50 km/h, motor elétrico ou de combustão interna com cilindrada até 50 centímetros cúbicos.

Fonte: Automotive Business

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