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Citroën apresenta carro feito com peças de papelão

30/09/2022

Com partes da carroceria de papelão, conceito da Citroën é todo retão e parece um mini (mini mesmo) Hummer

“WALL-E”, filme de 2008 dos estúdios Pixar, conta a história de um simpático robozinho, que dá nome à película. Solitário, o pequenino é responsável por otimizar o armazenamento de lixo de um planeta Terra com recursos praticamente esgotados e já considerado inabitável. 

Ainda não chegamos ao fictício ano de 2805 de WALL-E, mas mesmo aqui, no real 2022, já convivemos com a escassez de matéria-prima e com montanhas e montanhas de resíduos. A Citroën partiu justamente dessa premissa para projetar o Oli, veículo conceitual que tem capô e teto feitos de papelão.

Calma: Citroën de papelão não é o “Leite Glória”

Citroën Oli feito de partes de de papelão quer ser uma opção sustentável, e sequer tem ar-condicionado

Claro que o material utilizado não é similar àquele das caixas de leite que você está habituado a encontrar no mercado. Desenvolvido em parceria com a Basf, o papelão tem formato de favo de mel e é reforçado por um revestimento plástico.

Assim, é capaz, de acordo com a Citroën, de resistir a impactos e suportar carga – ou seja: não vai desmanchar como falavam do Renault Gordini, que tinha o maldoso apelido de Leite Glória.

O Oli tem ainda um para-brisa vertical. Não, ele não é feito de papelão, mas foi projetado de forma a reduzir a quantidade de vidro necessária e, por conseguinte, deixar o carro mais leve.

Oli é conceito trabalhado na economia

Para-brisa vertical promete diminuir a incidência do sol no carro-conceito da Citroën

De forma a seguir a proposta calcada na escassez de componentes, a Citroën poupou (e muito) na construção do Oli. Não à toa, o utilitário pesa menos de 1 tonelada.

Para economizar chicotes, a Citroën tratou de remover todos os comandos elétricos das portas. Algo similar ao que a mesma fabricante fez em um veículo de produção muito conhecido: o novo C3. 

As portas do Oli, segundo informa a Citroën, têm apenas oito partes. Além disso, para espanto da imprensa europeia, para abri-las, se faz necessário o uso do belo e conhecido casamento chave e fechadura.

Painel e multimídia são supérfluos

Quadro de instrumentos e multimídia? Use o seu celular, bonitão

Para deixar o carro ainda mais leve, o painel se utiliza do celular do condutor para comunicação e entretenimento. Nada de cluster digital ou central multimídia com tela gigantesca. 

De acordo com a fabricante, o para-brisa vertical e os vidros das portas, de abertura manual, reduzem o impacto da radiação solar no habitáculo. Dessa forma, passageiros e motoristas não sentem tanto a falta do ar-condicionado em tempos de aquecimento global. Engraçado, diziam o mesmo sobre os quebra-ventos do Fusca 1968 do meu avô…

Para fechar, a Citroën diz que o Oli foi projetado para ser reciclável e também para ser bom de reparo. Ele não pode exceder os 110 km/h. 

É como se o Fusca 1968 do meu avô fosse repensado para aguentar as intempéries de um planeta que precisará de alguns WALL-E no futuro. Ou seria o utilitário um exercício a fim de aumentar ainda mais o ticket médio das montadoras em detrimento da qualidade do produto? 

Só pode ser a primeira opção. Não é? 

Não é?

Citroën Oli e Citroën Ami

Fonte: Automotive Business

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