Na última reunião do ano da Câmara Brasileira do Comércio de Peças e Acessórios para Veículos, CBCPave, realizada no início de outubro, em Brasília (DF), um dos temas da pauta foi a audiência pública do setor de pneus, no Senado Federal, que aconteceu em agosto.
Presidida pela senadora Margareth Buzetti (PP-MT), a audiência foi realizada no âmbito da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), a pedido de entidades representativas dos setores de pneus e pneumáticos. Segundo Ranieri Leitão, coordenador da CBCPave, a reivindicação é mais do que justa e visa acabar com um comércio ilegal de pneus.
Ranieri explica que é lícita a venda direta de pneus pelos fabricantes, principalmente para frotistas e transportadoras, mas não é ético e lícito empresas de frete revendê-los. “Elas compram pneus a mais do que necessitam e revendem sem nota, utilizando o valor excedente para pagar fretes e outros serviços, sem emissão de documento fiscal, enquanto o comércio varejista arca com todos os impostos, além de gerar empregos, investirem em estoque e na qualificação de mão de obra”.
Segundo ele, isto está trazendo um transtorno muito grande. “O mercado está gritando por isso. Não somente os revendedores de pneus, mas também os varejistas de autopeças que vendem pneus. A margem de venda deste produto é pequena, mas ele deixa um valor agregado de imagem grande para a empresa. É muito importante que as pessoas vejam isso, principalmente quem não tem bandeira, que é o caso de muitas autopeças que vendem pneus de multimarcas”.
Formação profissional
Outro tema da reunião foi o problema dos jovens aprendizes nas autopeças e oficinas mecânicas. “É mais do que necessária a formação de mão de obra.
Hoje, não temos pessoas competentes e qualificadas para incluirmos no mercado de trabalho. Nós precisamos formar pessoas e aqui no Ceará nós temos essa formação, nas escolas profissionalizantes do governo”, mencionou.
Abertura
Também de fundamental importância é a abertura das informações das montadoras para o mercado de reposição independente. “Nós somos a favor da PL n° 4.821/2016 (PLS n° 125/2010), que nos ajuda a fazer com que as montadoras entendam que elas precisam passar as informações para o nosso mercado”, comentou. Esta PL obriga o fabricante e o importador de automóvel ou motocicleta a disponibilizar, em meio digital, relação contendo denominação e código de referência das peças que compõem o veículo.
Fonte: Balcão Automotivo