“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

Caminhões: governo à espera dos juros menores para movimentar mercado

Assim como as montadoras, o governo federal está à espera da derrubada dos juros para projetar um mercado de caminhões maior do que o atual nos próximos meses

21/11/2025

Por Bruno de Oliveira

“Caiu o dólar e cresceu a safra de commodities. Com isso, caiu também a inflação e consequentemente vão cair os juros. Assim, voltam as compras de bens de maior valor agregado, como é o caso do caminhão”, disse o vice-presidente da república, e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, durante anúncio de investimento da Renault em São José dos Pinhais (PR).

Ele disse, ainda, que o governo trabalha com alternativas para estimular as compras no setor, mas não revelou quais opções estão à mesa no momento.

Fato é que a indústria de caminhões viu ao longo de todo 2025 os volumes de produção e de vendas caírem mês a mês. Sobretudo no segmento de pesados, que registrou o maior patamar de queda até agora.

A situação é tamanha que a Anfavea, a associação que parte das montadoras instaladas no país, chegou a afirmar que a situação é de iminente colapso, com reflexos no emprego e no ritmo de produção.

A reportagem de Automotive Business apurou que, por ora, há certa normalidade nas fabricantes apesar do quadro pintado pela entidade que as representam.

A Volvo, que mantém atividades produtivas em Curitiba (PR), reduziu o ritmo de produção em alguns momentos do ano, mas atualmente estão operando em dois turnos nas linhas de caminhões.

O mesmo acontece com a Mercedes-Benz, que opera em dois turnos em São Bernardo do Campo (SP) e em Juiz de Fora (MG). A Volkswagen Caminhões também opera em dois turnos em Resende (RJ).

Cenário de certa normalidade nas montadoras

A Scania opera com um turno na área de produção de caminhões e em dois turnos nas unidades de cabines e motores, em São Bernardo do Campo (SP). A DAF, em Ponta Grossa (PR), trabalha em um turno de produção. A Iveco não respondeu ao pedido da reportagem até o fechamento da matéria.

O colapso visto pela indústria é ilustrado pelos números registrados até outubro. A produção total realizada até outubro caiu 7% ante igual período no ano passado, saindo das linhas 108,7 mil unidades fabricadas nos dez meses do ano.

A produção menor é fruto de vendas 8% mais baixas no mercado doméstico entre janeiro e outubro, na comparação com o resultado registrado em mesmo intervalo em 2024. Foram vendidas no período 94,7 mil unidades.

Fonte: Automotive Business

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