As câmaras setoriais da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) retomaram os trabalhos nesta quarta-feira, 1º de fevereiro, de olho nas mudanças dos cenários econômico e político do País.
O coordenador geral das Câmaras Brasileiras de Comércio e Serviços, Luiz Carlos Bohn, reuniu os coordenadores das câmaras para apresentar os resultados de 2022 e abrir espaço a cada um apresentar as prioridades deste ano, em seus segmentos. Entre os temas destacados por eles estão a reforma tributária, a regulamentação do comércio eletrônico, a convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A gestora da Assessoria das Câmaras Brasileiras do Comércio e Serviços (ACBCS) da CNC, Andrea Marins, apresentou números que apontam a maior produtividade e representatividade das câmaras setoriais, em 2022.
As 23 reuniões realizadas ao longo de 2022 pelas câmaras abordaram 252 temas de interesse da classe empresarial, os quais resultaram em 76 proposições. A atuação da CNC no tratamento destas proposições foi considerada ótima por 86% dos participantes das câmaras.
De acordo com dados da ACBCS, ao todo 455 pessoas integram as câmaras setoriais, o dobro em relação a 2018, quando havia 225 integrantes. Este ano, já são 463. “A representatividade das câmaras setoriais vem crescendo ano a ano. Isso mostra que os empresários e as entidades estão cada vez mais confiantes na atuação CNC”, analisou Andrea Marins.
Bohn também fez uma avaliação positiva dos números e da atuação das câmaras setoriais da CNC. “Exercemos o papel democrático de debater as pautas de interesse da classe empresarial com as entidades e com o poder público. Os entendimentos são encaminhados às autoridades constituídas e somados à construção de políticas públicas”, destacou.
Prioridades
O coordenador da Câmara Brasileira de Comércio e Serviços Imobiliários (CBCSI), Pedro Wahmann, enfatizou o ano de muitos desafios e de expectativas, sobretudo quanto à reforma tributária. “As propostas até o momento apresentadas sobrecarregam os setores de serviço, incluindo o imobiliário. Precisamos estar atentos e vigilantes, para que a reforma tributária avance com uma proposta mais equilibrada”, afirmou.
O novo coordenador da Câmara Brasileira de Materiais de Construção (CBMC), José Wenceslau de Souza Júnior, ressaltou a importância de regulamentar o comércio on-line dominado por plataformas de marketplace. Para ele, é urgente harmonizar a relação entre o comércio digital e as lojas físicas. “Um setor não pode prejudicar o outro. Pelo contrário, um setor precisa complementar o outro, para que a experiência do cliente seja a melhor. É preciso discutir uma regulamentação e equilibrar o mercado”, ponderou ele.
O mesmo tema foi abordado pelo coordenador da Câmara Brasileira de Tecnologia da Informação e Inovação (CBTIN), Antonio Florencio de Queiroz Junior. “A regulamentação do comércio eletrônico no Brasil é necessária, dada a abrangência do setor e futuro que nos reserva, com o avanço da internet 5G e o surgimento de novas plataformas. É preciso também aprimorar a legislação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)”, destacou.
Já o coordenador da Câmara Brasileira de Serviços (CBS), Edgar Segato, destacou entre os temas prioritários a criação de pisos salariais dos setores de serviços, com destaque aos profissionais da saúde, segurança e asseio; e a Convenção 158 da OIT no Brasil, que trata das restrições para demissões sem justa causa. “São pautas sensíveis que se avançarem em 2023, poderão prejudicar a atividade empresarial e resultar no fechamento de empresas e em demissões”, alertou ele.
Participantes
Além de Pedro Wahmann, Wenceslau Júnior, Antonio Florencio e Edgar Segato, participaram da reunião os coordenadores das câmaras brasileiras de Comércio Exterior (CBCex), Rubens Medrano; do Comércio de Peças e Acessórios para Veículos (CBCPave), Ranieri Palmeira Leitão; de Produtos Farmacêuticos (CBFarma), Lázaro Gonzaga; e do Comércio de Produtos e Serviços Ópticos (CBOtica), André Roncatto.
Fonte: CNC