Cade aprova supergrupo com Volkswagen, Mercedes-Benz e Bosch


Onze empresas alemãs com operações no Brasil integram joint-venture que vai desenvolver rede de dados internacional (Por Bruno de Oliveira, AB)
Cade aprova supergrupo com Volkswagen, Mercedes-Benz e Bosch

Um ambiente onde montadoras e seus fornecedores podem trocar informações de forma padronizada, fazer pedidos, conferir estoques – e a qualquer momento. Esta é a proposta da plataforma Catena-X, criada na Alemanha e que levou fabricantes e sistemistas instalados no Brasil, como Volkswagen, Mercedes-Benz e Bosch, a criarem uma joint-venture no país.

O supergrupo composto pelo trio e por BMW, Schaeffler, Siemens, T-Systems, ZF, Henkel, BASF e SAP requisitou a formação da JV com o objetivo de criar uma rede virtual que integra determinadas operações das companhias e a cadeia de suprimentos “possibilitando o processamento de dados e, assim, o aprimoramento de suas tomadas de decisão”, conforme consta em documento enviado ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em 27 de julho.

Joint-venture não terá ativos no Brasil

A rede virtual, no caso, é parte desse projeto maior chamado Catena-X, que tem também a participação do governo alemão. O documento, que teve parecer favorável do  conselho, não especifica as atividades que cada empresa vai desempenhar na joint-venture, mas diz que cada uma terá participação de 9,1% do capital da nova companhia. O texto diz, ainda, que a JV, em seus primeiros três anos de operação, não terá foco nem ativos no Brasil.


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De qualquer forma, como o objetivo da criação da rede é integrar dados empresariais em um único espaço controlado na Europa, é natural que a operação brasileira dessas companhias tenham participação no processo de desenvolvimento da rede considerando que a maioria delas detém importantes fatias do mercado local – e ter acesso aos seus dados pelas matrizes é algo, portanto, estratégico dentro do contexto da rede corporativa.

Pequenas e médias empresas integradas

Outro objetivo do projeto Catena-X é integrar a essa rede pequenas e médias empresas. A meta também pode ser considerada estratégica, uma vez que nem sempre o nível de maturidade tecnológica dessas companhias é similar ao das grandes empresas das quais são fornecedoras de peças e partes.

“Com o Catena-X pretendemos criar uma plataforma para todos os envolvidos na cadeia de valor automotiva. Juntos, enfrentamos os desafios atuais, como resiliência, sustentabilidade e geopolítica. Assumimos a tarefa de criar cadeias de dados consistentes e conectar empresas de médio porte”, informa o site do projeto.

Procurada pela reportagem, a Volkswagen informou que o tema que está sendo conduzido pela matriz: “Não temos nada a comentar a respeito”. A Mercedes-Benz também foi procurada, mas não respondeu até o fechamento da matéria.

Fonte: Automotive Business

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