Por Ana Paula Machado
A fabricante de componentes eletrônicos Brose tem metas audaciosas para os próximos anos no Brasil. Em sua primeira entrevista como presidente da companhia, Murilo Matta, disse que um dos desafios é aumentar a participação da empresa no mercado brasileiro, além de melhorar a posição da operação local dentro da Brose.
Para isso, ele traçou duas estratégias: trazer novos produtos para o mercado e conquistar mais clientes. Principalmente no segmento de picapes.
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“Todas as montadoras estão investindo no segmento de picapes e temos um produto que desenvolvemos, que é o sistema de abertura automática da tampa traseira, que devemos trazer para o país. Estamos trabalhando nos projetos para viabilizar a produção em 2027”, disse Matta à Automotive Business.
Hoje, segundo ele, trabalhar somente com a expansão da carteira de clientes é bem “desafiador” no Brasil porque a companhia já está na maioria das montadoras instaladas aqui. A Brose fornece sistemas eletrônicos para marcas da Stellantis, Volkswagen, Toyota, Honda, Ford Argentina, Nissan e Hyundai.
“A nossa meta é dobrar a nossa participação de 2% no Brasil até 2035, mas, para isso, teremos que ter mais produtos em nosso portfólio. Uma das nossas apostas é este sistema de abertura automática da tampa traseira de picapes”, afirmou.
Brasil é hub de inovação da companhia
Atualmente, a Brose opera cinco fábricas, sendo três no Paraná, uma no interior de São Paulo e uma em Pernambuco. Além de dois centros de distribuição, no Paraná e em Minas Gerais. Nas unidades paranaenses, a companhia utiliza em média 70% da capacidade instalada. Em São Paulo, 73%, e em Pernambuco, 78%.
“Investimos 2,5% do faturamento em desenvolvimento de novos produtos. É um montante significativo. A operação brasileira é reconhecida pela matriz pelo seu DNA de inovação. E ter esse reconhecimento é bem importante para a unidade”, ressaltou Matta.
Entrada nos Estados Unidos
Ser um hub de inovação deu à Brose a oportunidade de fornecer sistemas de portas para uma nova montadora de carros elétricos nos Estados Unidos. O projeto, segundo o executivo, começou no início deste ano, e a expectativa é de que sejam produzidos 30 mil veículos por ano.
“Não podemos revelar o nome, mas nos deu a oportunidade de trabalhar com outros mercados e segmentos”, disse Matta.
Segundo ele, atualmente, 15% da produção brasileira de sistemas eletrônicos é exportada.
“Fornecemos para a Argentina, para a África do Sul, México e agora Estados Unidos. Trabalhar com uma startup de veículos elétricos nos aproximou bastante no desenvolvimento de tecnologia. Agrega conhecimento para o time e nos deixa mais preparado para quando o mercado brasileiro migrar para a eletrificação.”
Fonte: Automotive Business