“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

Boreal simboliza a virada de chave da Renault no Brasil

Kardian deu início à transformação, mas será com o SUV médio que a marca buscará alcançar novos consumidores de outra faixa de mercado

07/11/2025

O segundo produto brasileiro do International Game Plan da Renault, que tem como objetivo expandir as vendas fora do mercado europeu, é, também, o que melhor simboliza sua nova etapa no mercado. É com o Boreal, SUV do segmento C que concorre na mais disputada faixa de mercado, que ela pretende atingir consumidores com os quais não estava mais se relacionando.

Elaborado por Luca de Meo, ex-CEO que deixou a companhia este ano, o plano Renaulution traz como ponto focal a mudança de paradigma, de a Renault deixar de ser uma marca que privilegia volumes para priorizar a rentabilidade. Mais do que fatia de mercado a meta agora é obter bons resultados financeiros com os veículos ofertados.

O Boreal traduz bem este objetivo. Com design bem atrativo, acabamento interno caprichado e muita oferta de segurança, são até 24 sistemas ADAS, e tecnologia, como o primeiro carro produzido no Brasil a ter o Google Assistente nativo, o SUV não deverá ter grande volume mas é importante para a construção da imagem da nova Renault.

“Buscaremos clientes novos”, afirmou Aldo Costa, diretor de marketing da Renault Geely do Brasil. “No passado concorremos nesta faixa com modelos como o Scénic e o Mègane. Mas nos últimos anos deixamos de ofertar produtos para este cliente.”

Avançar para cima sem abandonar a base

Costa deixou claro que a intenção não é abandonar o cliente, uma vez que o Kwid segue no portfólio e atende ao consumidor dos segmentos de entrada. Com o Boreal, porém, a cobertura de mercado expande para algo próximo a 60%.

São três versões: Evolution, por R$ 179 mil 990, Techno, por R$ 199 mil 990, e Iconic, por R$ 214 mil 990. O diretor de marketing evitou dizer qual o mix esperado mas garantiu que existe flexibilidade na produção para responder a que deseja o cliente.

A reportagem da Agência AutoData experimentou o Boreal, na versão topo de linha, em trajeto de Guarulhos a Campos do Jordão, no Estado de São Paulo. O motor TCe 1.3 turbo, produzido pela Horse no mesmo Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, PR, responde bem nos quatro modos de condução pré-estabelecidos em conjunto com a transmissão automática de dupla embreagem banhada a óleo: Sport, Eco, Confort e a inédita Smart, que com a ajuda de algoritmos inteligentes adapta o andor à situação do momento.

Os cuidados com o acabamento, apesar de haver ainda muito uso de plástico, comprovam se tratar de um Renault com degrau mais alto. O design é bem atraente e foi criado pela equipe latino-americana: segundo o diretor do centro localizado no Paraná todas as peças são exclusivas para o modelo.

O desenvolvimento do Boreal foi feito em conjunto com setenta fornecedores, que trabalharam em parceria com a engenharia da região. A arquitetura eletrônica permitiu a instalação dos diversos sistemas de auxílio à condução e de entretenimento e de tráfego de dados em alta velocidade. É possível fazer atualizações pela nuvem.

O Boreal é montado na mesma plataforma RGMP do Kardian, que deriva da CMF-B que é usada no Nissan Kicks. Suas dimensões são maiores: tem 4 m 56 de comprimento, 2,70 m de entreeixos e 1 m 574 de largura. São 44 cm, 10 cm e 65 cm, respectivamente, maiores. A picape derivada do conceito Niágara também será feita sobre a plataforma, que pode chegar a 5 metros – o que dá uma ideia do que poderá vir por aí.

Fonte: AutoData

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