“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

Bill Hanvey comenta sobre os desafios políticos do Right to Repair

Bill Hanvey falou com exclusividade ao Novo Varejo Automotivo

30/04/2025

O presidente e CEO da Auto Care Association participou do 1° Congresso Aliança Aftermarket Automotivo para discutir o movimento “Right to Repair” (Direito de Reparar), destacando as significativas vitórias judiciais nos estados americanos de Massachusetts e Maine, que garantiram aos consumidores e oficinas independentes o acesso às informações e ferramentas necessárias para a reparação de veículos modernos. Além disso, apresentou estratégias eficazes para atrair jovens talentos, tanto homens quanto mulheres, para o mercado de reposição automotiva, visando à renovação e ao fortalecimento da força de trabalho do setor.

Novo Varejo – Você comentou que mesmo ‘ganhando na justiça’, o aftermarket dos Estados Unidos tem tido dificuldade para impulsionar, de fato, o compartilhamento dos dados sem restrições. Como superar este momento?
Bill Hanvey – Temos apostado na Federal Trade Commission (FTC), que é uma agência independente com a responsabilidade de agir quando há práticas anticompetitivas. Ela pode investigar condutas ilegais por parte das montadoras, especialmente quando há recusa em compartilhar informações de diagnóstico e reparo. Se for comprovado que há restrição intencional de acesso a dados, isso pode ser classificado como uma violação da lei, o que abre caminho para multas e penalidades. Mesmo assim, é importante entender que a FTC não age de forma automática. Para que haja enforcement, é necessário que o setor ou consumidores entrem com uma denúncia formal, apresentando evidências sólidas de que houve obstrução ao direito de reparar. Muitas vezes, mesmo quando há um entendimento técnico sobre a violação, a ação só ocorre depois que os danos já aconteceram, o que representa um desafio para o mercado independente.

Novo Varejo – Aqui no Brasil, as montadoras têm demonstrado um interesse crescente no mercado de reposição. Nos Estados Unidos isso também está acontecendo? Como vocês estão lidando com isso?
Bill Hanvey – Claro que sim, hoje as montadoras têm um interesse estratégico no aftermarket. Mas o problema é que elas perceberam que, com o avanço da tecnologia e a digitalização dos veículos, é possível controlar o acesso ao reparo como forma de manter receita e domínio sobre a jornada do consumidor. Nós, da reposição independente, não queremos proteção ao nosso espaço. As montadoras podem entrar e concorrer normalmente. A única coisa que pedimos é a chance de competir em iguais condições e, para isso, precisamos ter acesso a dados e informações.

Fonte: Novo Varejo

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