Atual proposta de Reforma Tributária mira no aumento de carga tributária

Atual proposta de Reforma Tributária mira no aumento de carga tributária
Alterações propostas ainda precisam ser avaliadas pela população em geral e por outros atores da economia (Arte: TUTU)

A assessora jurídica Sarina Manata e o assessor econômico Fábio Pina detalham os pontos negativos do PL 2.337/2021, conhecido como “segunda fase da Reforma Tributária”

Nem tudo que se apresenta como solução é, de fato, a melhor saída. Assim, o Projeto de Lei (PL) 2.337/2021, conhecido como “segunda fase da Reforma Tributária”, apresentado pelo governo federal como uma forma de deixar o sistema mais justo, na verdade, torna-o mais oneroso e não apresenta nenhuma simplificação ao contribuinte.

Os pontos negativos que impactam no Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF), da Pessoa Jurídica (IRPJ) foram debatidos na última terça-feira (13), no webinário Reforma Tributária: Como a Proposta Atual Prejudica o País, organizado pela Federação.

No evento, Sarina Manata, assessora jurídica, e Fábio Pina, o assessor econômico, ambos da  Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), explicaram por que a Entidade e seus conselhos Superior de Direito (CSD) e de Assuntos Tributários (CAT) têm se posicionado de forma ativa e contundente contra a tramitação da proposta apresentada ao Congresso Nacional, em 25 de junho deste ano.

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Dentre as medidas de maior impacto, está a atualização da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), que reajusta a faixa de isenção de R$ 1.903,98 para R$ 2,5 mil mensais; a limitação da opção de declaração simplificada, que permite desconto de 20% no IRPF apenas para quem recebe até R$ 40 mil por ano; e a mudança na distribuição de lucros e dividendos, que deixariam de ser isentas.

“Para ser mais saudável, o ambiente de negócios brasileiro depende de uma tributação mais simplificada e menos onerosa. A FecomercioSP quer uma Reforma Tributária que siga uma ordem de prioridades e uma sequência lógica. Então, é preciso, primeiro, reduzir o tamanho do Estado. Só assim teremos diminuição da carga tributária, para, depois, fazermos uma reforma de maneira ordenada e gradativa. A FecomercioSP defende o corte de gastos do Estado para, com o passar dos anos, termos uma redução linear dos impostos, com o objetivo de minimizar a atual disfunção de cobrar maisno consumo”, apontou Pina.

O PL em debate é composto por mais de 68 artigos e revoga mais de 70 dispositivos da atual legislação. Estas alterações, segundo destacou Sarina, ainda precisam ser avaliadas pela população em geral e por outros atores da economia para que a discussão não fique restrita ao Congresso Nacional. “Estamos em um momento de pandemia, e uma reforma tão significativa como da legislação do IR como propõe esse projeto depende de um amplo debate com audiências públicas, discussão com a sociedade, com juristas especializados no sistema tributário, e isso fica prejudicado pelas restrições de distanciamento impostas pela crise sanitária. Audiências virtuais não seriam o canal mais acessível para uma discussão como esta”, ressaltou.

Neste sentido, Sarina ainda enfatizou que além de debater sobre o tema nas reuniões dos conselhos e em eventos abertos ao público, a FecomercioSP apresentou propostas de melhoria e se uniu a outras entidades para atuar em prol do contribuinte e do empresário, num momento de enfrentamento de uma crise econômica sem precedentes.

“A atualização da faixa de isenção é irrisória e não atende à correção da tabela que o contribuinte precisava. Além disso, a dedução de dependentes e com instrução – congelada há anos – também não tem qualquer atualização de valores na atual proposta. Em outro aspecto, a distribuição de lucros e dividendos é atualmente isenta de IR, porque já é amplamente tributado na pessoa jurídica; e o PL 2.337 pretende tributar isso com alíquota de 20%, o que vai afetar todas as empresas, incluindo as optantes do Simples Nacional”, alertou Sarina.

Assista à íntegra do evento:

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Fonte: FecomercioSP (https://www.fecomercio.com.br/noticia/fecomerciosp-desaprova-atual-proposta-de-reforma-tributaria-que-mira-no-aumento-de-carga-tributaria)

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