“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

Após um agosto difícil, movimento nas oficinas volta a crescer e demanda por profissionais

Motoristas têm optado em ficar mais tempo com o mesmo carro devido à alta dos preços para os carros novos. Com isso, além do aumento na procura por serviços de reparação automotiva, disparou também a contratação de profissionais para o setor

14/10/2025

Dados da Oficina Brasil mostram que o movimento nas oficinas mecânicas voltou a crescer em setembro. Os números indicam alta de 1,6% na oferta e busca de serviços na área, revertendo a sequência negativa que havia derrubado o desempenho no fim de agosto, quando a retração chegou a -3%. O alívio, no entanto, veio em doses pequenas, já que nas semanas seguintes manteve crescimento de 0,74%. A explicação para essa melhora passa por fatores típicos do calendário. Agosto costuma ser um mês de ajuste financeiro para as famílias que retornam das férias devido ao orçamento mais apertado.

Já setembro traz uma retomada natural: o retorno à rotina, acúmulo de manutenções adiadas e o início da preparação para as viagens de fim de ano ajudam a aquecer a demanda. “É um comportamento recorrente. O cliente adia o conserto em agosto, mas em setembro começa a resolver o que ficou pendente. Mesmo com o leve avanço, o mercado ainda inspira cautela. As variações continuam expressivas de uma semana para outra, e o desempenho geral segue próximo da média histórica. Em outras palavras, há recuperação, mas ainda sem força suficiente para afirmar que há sustentação de um ciclo de crescimento consistente”, diz André Simões, Diretor da Oficina Brasil.

Outro ponto é que, em um único ano, os preços dos carros subiram 30%, o que levou mais consumidores a optarem pela manutenção de seus veículos usados, o que se refletiu diretamente no aumento da demanda nas oficinas. A média mensal de veículos atendidos saltou de 80, em 2020, para 122 em 2024, um crescimento de 52,5%. Dados da Oficina Brasil e Sindipeças, o setor faturou R$ 256,7 bilhões em 2024, um crescimento de 13,3% em relação ao ano anterior. A expectativa é de crescimento adicional de 5% em 2025.

O mesmo carro ficava com o mesmo dono 7,5 anos em média até o início da pandemia, mas, nos dias de hoje, o mesmo carro permanece cerca de 11,8 anos com o motorista, ou seja, o carro está ficando mais tempo com o mesmo dono e requer manutenção preventiva. O segmento movimenta R$ 60 bilhões apenas com peças técnicas e lubrificantes — sem considerar lataria, pneus, tintas ou mão de obra — e cresceu mais de 50% nos últimos quatro anos. Isso porque, com a disparada nos preços dos carros novos desde 2019 em 85%, o mercado de reparação automotiva vive expansão acelerada, e está recrutando mão de obra qualificada.

“Além disso, com a pujança dos veículos híbridos e elétricos (VHE), dominar todas as nuances e entender que a tecnologia é o futuro da mobilidade no Brasil, são diferenciais. É importante que o profissional da reparação automotiva esteja apto para atender essa entre outras demandas no mercado com domínio técnico e segurança”, afirma Sandra Nalli, CEO e fundadora da Escola da Mecânico, negócio de impacto social que forma e emprega profissionais para o setor de reparação automotiva.

Sandra Nalli, fundadora da Escola do Mecânico

Empregabilidade na indústria automotiva

No primeiro trimestre de 2025, segundo o Caged, cerca de 654 mil empregos foram gerados no País, envolvendo vários segmentos da economia brasileira, dentre eles, o da mecânica – uma das áreas mais difíceis de contratar. A Escola do Mecânico, fundada em 2011, já qualificou mais de 120 mil alunos. Hoje, conta com mais de 45 escolas em todo País, entre rede própria e unidades franqueadas. Em 2021, a escola recebeu investimento da Yunus Corporate, conhecido como o banco dos pobres e dos negócios sociais, que aportou R$ 1 milhão – um dos poucos negócios fundado por uma mulher a ser selecionado para receber o investimento.

Sandra criou os apps “Emprega Mecânico” e o Emprega +, que suprem a dificuldade de contratação de profissionais especializados para o setor de reparação automotiva. “Conectados em rede, a meta é aumentar em 50% o número de usuários até o início do próximo ano. Cerca de 30% dos alunos formados pela Escola do Mecânico foram encaminhados ao mercado de trabalho, algo em torno de 40 mil alunos. De abril de 2018 até abril de 2025, já cadastrou mais de 80.485 mil profissionais, cerca de 11.904 mil empresas anunciaram vagas, 19.264 mil oportunidades de trabalho ofertadas e 224.129 mil candidaturas registradas”, diz a empresária que nasceu em Mogi Miriam, no interior de São Paulo, e soma mais de 30 anos de experiência na área.

A Escola do Mecânico faturou R$ 62 milhões em 2024 e a previsão para este ano é de R$ 82 milhões. O crescimento no volume de matrículas para este ano é estimado em 32% a mais.

Sobre a Escola do Mecânico 

Fundada em 2011, por iniciativa da empresária Sandra Nalli, que identificou na prática a escassez de mão de obra especializada no segmento automotivo. No início, as aulas eram gratuitas, exclusivas para internos da Fundação Casa. Adepta a trabalhos sociais, iniciou este programa de formação em mecânica automotiva, porque enxergou uma oportunidade de inserir estes jovens no mercado de trabalho. 

O projeto ganhou força, parceiros e mais alunos, tornando a Escola do Mecânico uma referência em capacitação profissional para o segmento. Em meados de 2012, nasce um dos projetos mais importantes da Escola, o Emprega Mecânico. Ele coloca a pessoa certa no emprego certo. Além de um portal dedicado, foi criado o App Emprega Mecânico, único e exclusivo. 

Atualmente tem 45 unidades entre rede própria e franquia. Com investimentos em tecnologia e equipamentos modernos, atualmente a Escola do Mecânico tem disponível cursos de capacitação no segmento de Mecânica Automotiva, Mecânica de Motocicleta, Mecânica de Empilhadeira, Mecânica Diesel e Gestão Empresarial.

Para saber mais, acesse: escoladomecanico.com.br.

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