“Qualquer associação de classe será tão forte quanto os seus membros queiram fazê-la.”

Anfavea não vê contradição em produção SKD de seus associados

Para presidente Igor Calver o regime é viável para começar a produzir novas tecnologias, desde que seja sem redução do imposto de importação

10/09/2025

Por Pedro Kutney

Em menos de uma semana Audi e General Motors, dois associados da Anfavea, que reúne os fabricantes de veículos instalados no País, informaram que produzirão veículos no País em regime SKD, com quase 100% de componentes importados que chegam em carrocerias já armadas, pintadas e semimontadas, restando a fazer nas linhas nacionais a junção de grandes conjuntos, o que o presidente executivo da entidade, Igor Calvet, já chamou de “apenas o aperto de alguns parafusos em território nacional”.

Este regime de montagem nacional de partes importadas foi tema de polêmica e feroz resistência da Anfavea e seus maiores associados ao pleito da BYD, que não é associada e solicitou ao governo a redução para apenas 10% do imposto de importação, por três anos, para kits SKD importados da China, que teriam a montagem concluída na fábrica que a empresa ainda não concluiu em Camaçari, BA.

No mês passado o governo negou o pleito, manteve para julho de 2026 a retomada do imposto de importação para 35% sobre modelos híbridos e elétricos, tanto para carros prontos [CBU] como para semimontados [SKD]. Para CKD, veículos completamente desmontados, a tarifa volta a ser de 35% em janeiro de 2027. E para ambos, CKD e SKD, há uma cota de importação isenta, de até US$ 463 milhões, com alíquota zero, até a virada para 2026.

Sem contradição

Para o presidente executivo da Anfavea não há nenhuma contradição em criticar o pedido da BYD e aceitar bem os anúncios de produção em SKD da Audi, que já monta desde 2022 dois modelos na fábrica de São José dos Pinhais, PR, e da GM, que anunciou na segunda-feira, 8, que irá montar, ainda este ano, na linha da Comexport em Horizonte, CE, na Troller – que pertenceu à Ford –, o Chevrolet Spark, 100% elétrico, com partes importadas de sua associada na China, a SAIC.

Igor Calvet se justificou: “Não somos contra a produção em SKD ou CKD, o que não queremos é a redução do imposto de importação para estes regimes. A GM não pediu a redução da alíquota”. Mas contará com os benefícios do Regime Nordeste, que garante incentivos tributários de IPI até 2032.

Calvet sustenta que “quando se começa a produzir um veículo com novas tecnologias a escala de produção é baixa, então faz parte do desenvolvimento iniciar a operação com baixo conteúdo local, em SKD ou CKD, para depois aumentar gradativamente a nacionalização do produto”.

Para o dirigente o problema é quando se reduz o imposto para grande escala de produção em SKD/CKD: “Aí a cadeia produtiva nacional fica prejudicada”.

Calvet afirmou também que todas as novas fabricantes chinesas que estão se instalando no Brasil serão bem-vindas para se associar à Anfavea mas ponderou que esta “é uma associação de produtores de veículos”. Ele lembrou que, recentemente, esteve na inauguração da produção na fábrica da GWM em Iracemápolis, SP, e que tem boa relação com a montadora.

“Mas a decisão de se filiar ou não à Anfavea deve ser da empresa.”

Fonte: AutoData

Informes

Abrir bate-papo
SincoPeças - SP
Olá 👋
Podemos ajudá-lo?